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Covid-19: Venezuela receberá vacina russa e Maduro quer vacinar candidatos a legislativas

Lusa
09-09-2020 17:59h

A Venezuela espera dois lotes da vacina Sputnik V, criada pela Rússia para combater o coronavírus, anunciou o Presidente Nicolás Maduro, propondo que os candidatos às eleições legislativas de dezembro sejam vacinados, para uma campanha “em total segurança”.

“Em setembro chegam as primeiras vacinas da Rússia para ensaios clínicos. Vou propor a Delcy Rodríguez (vice-presidente) que fale com o Conselho Nacional Eleitoral para ver se é possível vacinar todos os 14.400 candidatos das (eleições) parlamentares e façam a campanha eleitoral com maior tranquilidade”, disse.

Nicolás Maduro, falava durante um ato transmitido na íntegra pelas rádios e televisões venezuelanas, em que foram dados a conhecer os nomes dos 554 candidatos principais e suplentes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do governo) para as eleições legislativas.

O Presidente da Venezuela precisou que para outubro está prevista a chegada de um novo lote da vacina Sputnik V, insistindo que “seria uma boa ideia” que todos os candidatos fossem vacinados.

“Para que possam sair às ruas, percorrer bairro a bairro de maneira segura. É uma proposta que faço para uma avaliação técnica, científica, política e institucional”, disse.

O anúncio da chegada das vacinas tem lugar depois de, em 21 de agosto último, o ministério venezuelano da Saúde ter anunciado que a Venezuela previa ter “500 voluntários para os ensaios clínicos da fase 3 da vacina Sputnik V”.

Ainda em agosto, as autoridades dos dois países participaram numa videoconferência “com a intenção de verificar a possibilidade de incorporar os estudos clínicos da vacina Sputnik V e produzi-la em território venezuelano”, segundo um comunicado do ministério da Saúde da Venezuela.

Na videoconferência participaram também representantes do Fundo Russo de Investimentos Diretos e do Centro Nacional de Investigação de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, produtor da vacina Sputnik V.

As próximas eleições legislativas na Venezuela estão marcadas para 06 de dezembro, data em que o Governo venezuelano espera renovar a Assembleia Nacional onde a oposição é maioria e que é presidida pelo opositor Juan Guaidó.

No entanto, 37 organizações, entre elas os quatro maiores partidos da oposição (Ação Democrática, Primeiro Justiça, Vontade Popular e Um Novo Tempo), anunciaram que não participariam nas legislativas, que antecipam ser “uma fraude”.

Na Venezuela estão confirmados 55.563 casos de pacientes com a covid-19. Estão ainda confirmadas 444 mortes associadas ao novo coronavírus e 44.435 pessoas recuperaram da doença.

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.

Os voos nacionais e internacionais foram restringidos (desde 12 de março) até 12 de setembro e a população está impedida de circular entre os diferentes municípios do país.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 898.503 mortos e infetou mais de 27,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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