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Covid-19: Produção industrial cresce 8% em julho no Brasil

Lusa
03-09-2020 18:53h

A produção industrial no Brasil subiu 8% em julho na comparação com o mês de junho, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O órgão responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro frisou que pela primeira vez na série histórica iniciada em 2002, 25 dos 26 setores industriais analisados apresentaram taxa positiva.

O resultado não eliminou, no entanto, a perda de 27% acumulada nos meses de março e abril, quando os efeitos do isolamento social por conta da pandemia de covid-19 provocaram uma paralisação das atividades não essenciais.

"Observa-se uma volta à produção desde maio, e é um crescimento importante, mas que ainda não recupera as perdas do período mais forte de isolamento", frisou André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE.

Na comparação com julho de 2019, a produção industrial brasileira recuou 3%, nono resultado negativo seguido. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa ficou em -5,7%, atingindo a queda mais elevado desde dezembro de 2016 (-6,4%).

Para Macedo, o facto de 25 dos 26 setores pesquisados da indústria brasileira terem taxas positivas em julho mostrou um avanço da produção industrial após medidas que flexibilizaram o isolamento social.

"Alguns setores sentiram menos, como alimentos e produtos de limpeza, mas no geral, houve uma perda muito grande no isolamento", explicou.

A principal influência no resultado para o mês veio do setor de veículos automotores, reboques e carroçarias, que cresceu 43,9%.

"A indústria automotiva puxa diversos setores em conjunto, sendo o ponto principal de outras cadeias produtivas", acrescentou Macedo.

O setor acumulou um crescimento de 761,3% nos últimos três meses, mas ainda assim se encontra 32,9% abaixo do patamar registado em fevereiro último.

O único resultado negativo veio de impressão e reprodução de gravações, com uma queda de 40,6%.

"É uma atividade que se carateriza por um comportamento volátil mesmo. Caiu em julho, mas havia avançado 77,1% em junho", concluiu o gerente da pesquisa do IBGE.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (quase quatro milhões de casos e 123.780 óbitos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 863.679 mortos e infetou mais de 26 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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