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Covid-19: Pandemia expôs elevada dependência de África à China - Presidente do Gana

Lusa
03-09-2020 16:56h

O Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, considerou hoje que a pandemia de covid-19 expôs a elevada dependência do país à China e elogiou a União Europeia pela ajuda ao Gana e a África.

"No princípio da pandemia houve um colapso dos mercados na capital e noutras regiões quando a China fechou as fronteiras, e com isso aprendemos uma lição óbvia, precisamos de acentuar e aprofundar a produção própria", disse o chefe de Estado africano durante uma conversa com o Presidente de Portugal no Fórum Euro-África.

"Temos de produzir para nós próprios, seja produtos médicos, seja consumíveis, seja em qualquer atividade económica, e ao mesmo tempo melhorar a proteção social e o sistema de saúde", vincou o governante africano, no poder desde janeiro de 2017.

Questionado pelo moderador, o editor da secção de África do Financial Times, David Pilling, sobre a resposta europeia, Nana Akufo-Addo elogiou bastante a ajuda proveniente da Europa.

"A União Europeia foi muito positiva e muito benéfica, ajudaram bastante, assistiram financeiramente, com materiais europeus, por isso a UE demonstrou que está preparada para ajudar, estendendo uma forte mão de amizade ao continente enquanto um todo e ao Gana, em particular", vincou.

O Fórum Euro-África arrancou hoje com o propósito de aproximar os dois continentes, reunindo personalidades dos setores público e privado, sociedade civil, empresários, ativistas e cientistas, que vão debater cinco desafios ao abrigo do tema “À procura de pontos comuns num mundo pós-covid”.

Os cinco painéis vão debater as "Perspetivas sobre as relações entre a União Africana e a União Europeia”, a “Transição Justa da Matriz Energética”, “Made In Africa - Negócios Emergentes e em Aceleração”, “Cultura África a alimentar o Mundo”, e “Ligando os Desligados”.

O presidente do Conselho da Diáspora Portuguesa e organizador do Fórum Euro-África, Filipe de Botton, disse à Lusa que o grande objetivo do encontro é reaproximar dois continentes que estiveram de costas voltadas até há pouco tempo.

"Vemos dois continentes gémeos que têm vivido de costas voltadas nos últimos 50 anos, e o grande objetivo do Fórum é conseguir uma reaproximação da Europa com a África, e que Portugal seja a plataforma instrumental para a relação entre os dois continentes", disse Filipe de Botton, na antecipação do Fórum, que se prolonga até sexta-feira, numa parceria com a Câmara de Cascais.

O Conselho da Diáspora Portuguesa é uma organização privada sem fins lucrativos, com 95 membros em cinco continentes e tem por missão "alavancar o poder da diáspora, de forma a promover conversas e conexões globais sobre assuntos de cultura, impacto social, ciência, negócios e economia", segundo a organização.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 863.679 mortos e infetou mais de 26 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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