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Covid-19: Chega considera que voltar atrás no desconfinamento pode ser trágico

LUSA
22-06-2020 17:27h

O presidente do Chega, André Ventura, considerou hoje que "Portugal não aguenta voltar atrás no desconfinamento" e que isso "pode ser triplamente trágico", embora ressalvando que "a saúde está sempre em primeiro lugar".

André Ventura falava aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, após uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que está a ouvir os partidos políticos com assento parlamentar sobre o Orçamento Suplementar para 2020 e o Programa de Estabilização Económica e Financeira do Governo.

A propósito do aumento do número de casos de covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, o presidente e deputado único do Chega afirmou que "Portugal não aguenta voltar atrás no desconfinamento numa altura em que toda a Europa está a desconfinar".

"Estaríamos a confinar em contraciclo. Se já foi trágico nos primeiros meses do confinamento, pode ser triplamente trágico agora", considerou.

Para o Chega, no entanto, "a saúde está sempre em primeiro lugar", há que "ouvir os especialistas" e "se for necessário voltar atrás, tem de se voltar atrás".

"Mas é uma decisão que não pode ser tomada com a pressa, com a leviandade e com o contraciclo que foi a primeira", acrescentou André Ventura.

O presidente do Chega acusou Governo de ter prejudicado "a imagem de Lisboa a nível internacional" com a sua "incapacidade de comunicação" e alegou que "a situação em termos de capacidade hospitalar" na região "está a deteriorar-se muito significativamente".

André Ventura adiantou que "não avançaria, para já, com cercas sanitárias, sem ter a informação toda".

Em relação ao Orçamento Suplementar para 2020, o presidente do Chega disse ter transmitido ao Presidente da República as razões para o voto contra o diploma do Governo "e que se prendem com a inexistência de uma estratégia efetiva que possa acautelar os riscos da crise" atual.

O deputado defendeu que deveria haver "uma estratégia de almofada em relação à situação fiscal e financeira do país" e que o Governo, com este Orçamento, se limita a "ficar à espera de mão estendida que venha o dinheiro da Europa para cobrir a falta de liquidez".

"Arriscamos a estar daqui a uns meses a ter as mesmas soluções que tivemos há nove anos com a crise", sustentou.

De acordo com o relatório de hoje da Direção-Geral da Saúde, desde domingo registaram-se mais quatro mortes com covid-19 e mais 259 infetados, a maioria na Região de Lisboa e Vale do Tejo, onde tem surgido a maioria dos novos casos.

Em Portugal, os primeiros casos desta doença provocada por um novo coronavírus foram confirmados no dia 02 de março e já morreram 1.534 pessoas num total de 39.392 casos contabilizados.

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