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 “Foi dado um passo em frente, mas há outras questões que estão mais lentas” – Provedor Misericórdia do Porto sobre as dívidas do Ministério da Saúde às IPSS

Canal S+ / VD
22-05-2020 14:44h

Em entrevista ao Canal S+, António Tavares confirma as dívidas de 6 milhões de euros do Ministério da Saúde às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) que, desde Janeiro de 2020, não recebem as verbas contratualizadas com o gabinete de Marta Temido.

O Provedor da Misericórdia do Porto acredita, apesar de tudo, que com o desconfinamento já em curso e o regresso à “nova normalidade”, o assunto seja devidamente resolvido.

António Tavares garante ainda que “nada está comprometido”, o Hospital da Prelada está em funcionamento, bem como todas as estruturas da Misericórdia do Porto, dando a devida resposta aos utentes.

Na conferência de imprensa de ontem na João Crisóstomo, o Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales confirmou ao Canal S+ que o tema está a ser tratado e que em breve tudo ficará resolvido.

A falta dos pagamentos foi conhecida no início do mês no Porto, numa reunião que juntou a União das Misericórdias, a Misericórdia do Porto e a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS). Nessa altura, o líder do PSD considerou “inaceitável” a situação. Rui Rio adiantou ainda desconhecer em absoluto o que se passava quando apelou ao Governo que pagasse tudo o que havia para pagar com o objetivo de injetar liquidez na economia nacional durante a pandemia da COVID-19.

 António Tavares revelou ainda que, até ao momento, não foram registados casos de COVID-19 nos utentes das infraestruturas da Misericórdia do Porto, apenas em alguns funcionários, mas a situação está “paulatinamente a regressar à devida normalidade”. Para isso contribuiu em muito a testagem que fizeram. Aliás, a Misericórdia do Porto adquiriu cerca de 250 testes para garantir a segurança de todos os utentes e funcionários.

Para o Provedor da Misericórdia do Porto há apesar de tudo lições a tirar da pandemia da COVID-19, como seja a manutenção de “elevados padrões de higiene” que vão ter de se manter, afirma convicto. António Tavares revela ainda que a instituição está fortemente empenhada em produzir uma série de alterações nas estruturas, ao nível dos equipamentos para idosos e nos equipamentos de emergência social. Há “uma mudança de paradigma” em curso que força necessariamente a “saúde a estar no centro”.

António Tavares relembra ainda que o país tem de criar rapidamente uma “política de saúde pública para o envelhecimento”, articulando melhor a relação entre o sector social e a saúde, apesar de não defender como algumas vozes a existência de um “superministério”, que junte Saúde e Segurança Social, o provedor da Misericórdia do Porto está seguro que alguma coisa vai ter de ser feita e uma boa ideia seria a criação de uma secretária de estado ou de uma secretaria de estado-adjunta. Uma coisa é certa para António Tavares é preciso “pensar em soluções para a população envelhecida como sucedeu de resto em muitos outros países da Europa” que têm pirâmides etárias similares à portuguesa.

A Misericórdia do Porto é responsável pelo Hospital da Prelada, pelo Centro Hospitalar Conde Ferreira e pelas seguintes estruturas residenciais para idosos (ERPI’s):  ERPI - Pereira de Lima, ERPI - S. Lázaro ; ERPI - Nossa Senhora da Misericórdia e ainda pelo Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo – Feminino.

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