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COVID-19: "Foi um erro não se ter aberto, ao mesmo tempo, os jardins de infância", António Ponces de Carvalho

CANAL S+ VP
21-05-2020 15:29h

As creches, de norte a sul do país, reabriram a 18 de Maio. Em entrevista ao Canal S+, António Ponces de Carvalho, Presidente da Direção da Associação de Jardins Escola João de Deus, conta como está a ser a afluência e aponta alguns aspetos que, na sua opinião, constituem erros, como a opção pela não reabertura, em simultâneo, dos jardins de infância.

António Ponces de Carvalho explica quais as medidas tomadas pela Associação de Jardins Escola João de Deus para garantir a segurança no momento da reabertura das creches, que aconteceu na passada segunda-feira, dia 18 de Maio.

Para além das regras já existentes, foram estabelecidas outras.

A Associação de Jardins Escola João de Deus é constituída por 55 centros educativos e 23 creches, com 143 crianças.

Duas destas creches ainda se encontram encerradas, as existentes nos Açores e na Madeira, por decisão dos Governos Regionais. No caso dos Açores, a decisão é a de reabrir, em simultâneo, a creche e o jardim de infância, a 02 de Junho. Da Madeira e até à data da realização desta entrevista, a Direção da Associação de Jardins Escola João de Deus aguardava ainda uma comunicação formal por parte do Governo Regional.

O Presidente da Direção da Associação de Jardins Escola João de Deus conta como está a correr esta segunda fase de desconfinamento, e aponta alguns aspetos que, na sua opinião, constituem erros, como a opção de não reabrir, em simultâneo, os jardins de infância, e a exigência do distanciamento social entre as crianças e entre as crianças e as educadoras, nas creches.

António Ponces de Carvalho lembra que as creches "não servem apenas para tomar conta das crianças enquanto os pais estão a trabalhar", mas que têm como função primordial, proporcionar o seu desenvolvimento e aponta alguns perigos ao prolongamento do confinamento às crianças de tenra idade, como é o caso das crianças que frequentam o jardim de infância e o primeiro ciclo.

O Presidente da Direção da Associação de Jardins Escola João de Deus diz que foi com alguma surpresa que verificou que são as creches das zonas interiores e mais carenciadas, aquelas que registam uma maior afluência de crianças.

O Presidente da Direção da Associação de Jardins Escola João de Deus relembra um momento vivido no primeiro dia de reabertura, quando uma criança de um ano chorou no momento em que a foram buscar à creche.

Desde 1932, que a Associação de Jardins Escola João de Deus tem como tradição anual, levar os seus educadores e professores, a visitar escolas em outros países do mundo, como Suíça, Coreia do Sul, China, Hong-Kong, Macau, entre outros. Nestes países, ainda não se falava do coronavírus e já educadores, pais e crianças, iam para a escola de máscara.

"Provavelmente, os nossos meninos e as nossas meninas vão também habituar-se a esta nova realidade. Eu estou convencido que, passando esta primeira reação de surpresa, da criança não perceber quem está por detrás da máscara, eles vão habituar-se e ver isso como uma nova normalidade", remata António Ponces de Carvalho.

  

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