A polícia federal dos EUA emitiu hoje um alerta aos investigadores norte-americanos que trabalham na descoberta de uma vacina para a covid-19 sobre as tentativas chinesas de piratear as pesquisas.
Várias empresas e universidades norte-americanas estão neste momento envolvidas em investigações para acelerar a descoberta de uma vacina contra o novo coronavírus, algumas com dinheiros do Estado.
Hoje, as autoridades policiais dos EUA avisaram que há um risco de pirataria às pesquisas por parte do Governo chinês.
“As tentativas da China para atingir esse propósito representam uma séria ameaça à resposta que o nosso país procura dar à covid-19”, disseram hoje o FBI e a agência de segurança cibernética dos EUA, em comunicado conjunto.
“Os setores de saúde, farmacêutica e de investigação que trabalham com as respostas à covid-19 devem estar cientes de que serão os primeiros alvos dessa atividade (de pirataria) e tomar as medidas necessárias para proteger os seus sistemas”, disseram as agências.
O FBI especifica, em particular, alegadas investigações de “ciber atores e de informadores não tradicionais conectados com a República Popular da China”, suspeitos de quererem roubar elementos protegidos por propriedade intelectual.
As agências de segurança norte-americanas referem-se a piratas informáticos, mas também a investigadores e académicos que, de acordo com o Governo norte-americano, são ativados pelo Governo chinês para roubar informações de institutos universitários e de laboratórios públicos onde trabalham.
Esta acusação, rejeitada antecipadamente pelas autoridades chinesas, corre o risco de agravar ainda mais a relações entre Washington e Pequim, em escalada de tensão desde o aparecimento da pandemia de covid-19, em que o Presidente Donald Trump tem acusado o Governo chinês de ter ocultado a gravidade do novo coronavírus, no momento da sua origem, em Wuhan.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 290 mil mortos e infetou mais de 4,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.