O Lesoto, único país africano ainda oficialmente poupado à pandemia de covid-19, decidiu levantar as medidas de restrição impostas à população a partir desta quarta-feira, anunciou hoje o primeiro-ministro, Thomas Thabane.
O pequeno reino da África Subsaariana, situado num enclave do território da África do Sul, o país mais afetado pelo novo coronavírus no continente africano, impôs desde 29 de março o confinamento à sua população.
As medidas em vigor expiram na quarta-feira e o Governo decidiu não as renovar.
Thomas Thabane afirmou que, a partir de quarta-feira, "serviços e empresas não essenciais" serão autorizados "temporariamente" a retomar as suas operações, acrescentando que o uso de máscaras será obrigatório em locais públicos.
Mas, as fronteiras do Lesoto permanecerão, por enquanto, fechadas, afirmou, condenando as travessias ilegais de fronteiras a partir da África do Sul.
Na segunda-feira, o Exército do Lesoto anunciou que tinha detido 18 nacionais do reino que estavam a regressar ao seu país com a ajuda de funcionários dos postos de fronteira.
A África do Sul, onde mais de 7.000 casos e 138 mortes foram confirmados, começou em 01 de maio a flexibilizar, muito gradualmente, as medidas de contenção, permitindo que algumas empresas e indústrias retomassem as suas atividades.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 1.843 nas últimas horas, com mais de 47 mil casos da doença, de acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).
A pandemia afeta 53 dos 55 países e territórios de África, com cinco países – África do Sul, Argélia, Egito, Marrocos e Nigéria - a concentrarem cerca de metade das infeções pelo novo coronavírus e mais de dois terços das mortes associadas à doença.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 251 mil mortos e infetou quase 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.