No despacho, a que a Lusa teve acesso, o ministro determina que "todos os funcionários do Ministério do Interior" em Bissau e nas regiões "são obrigados a efetuarem exames médicos de coronavírus".

"O funcionário do Ministério do Interior que não efetuar tais exames será criado um processo disciplinar por desobediência", pode ler-se no despacho.

O ministro justifica a decisão com o facto de existirem pessoas infetadas entre os funcionários daquele ministério o que cria uma "situação de emergência de saúde pública, tornando-se urgente impedir a sua propagação" ao território nacional.

O Centro de Operações de Emergência de Saúde (COES) da Guiné-Bissau aumentou na segunda-feira para 413 o número de casos registados com covid-19 no país, incluindo 19 curados e um morto.

O número de infetados mais do que duplicou depois da morte de um alto funcionário do Ministério do Interior por covid-19.

Entre os novos casos estão seis membros do Governo guineense, incluindo o primeiro-ministro, Nuno Nabian.

O coordenador do Centro de Operações de Emergência de Saúde, Dionísio Cumba, afirmou na segunda-feira que as autoridades sanitárias ainda não conseguiram determinar onde a vítima mortal contraiu a infeção.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, prolongou, pela segunda vez, o estado de emergência no país até 11 de maio.

No âmbito do combate à pandemia, as autoridades guineenses encerraram também as fronteiras, serviços não essenciais, incluindo restaures, bares e discotecas e locais de culto religioso, proibiram a circulação de transportes urbanos e interurbanos e limitaram a circulação de pessoas ao período entre as 07:00 e as 14:00 horas.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 1.843 nas últimas horas, com mais de 47 mil casos da doença registados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 251 mil mortos e infetou quase 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.