O projeto, que faz parte de uma iniciativa global aprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), envolve o desenvolvimento de testes em doentes deste país para determinar se estes medicamentos são eficazes contra a covid-19.

Os medicamentos em questão são o Remdesivir, um medicamento antiviral recentemente aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, a hidroxicloroquina, utilizada para combater a malária, e o lopinavir/ritonavir, usada no tratamento do VIH/SIDA.

"Ainda estamos naquela fase em que não se pode dizer o que realmente funciona. O que esperamos fazer no país é algo chamado ensaio clínico”, afirmou Loice Achieng Ombajo, chefe da Unidade de Doenças Infecciosas do Hospital Nacional de Kenyatta, em Nairobi.

“Num ensaio clínico, aceitam-se muitos pacientes e atribui-se aleatoriamente um ou outro tratamento”, explicou, citada no diário queniano Daily Nation.

Até agora, o projeto recebeu a aprovação do Comité de Ética da Universidade de Nairobi, mas a autorização final está pendente de duas entidades reguladoras nacionais: o Conselho Farmacêutico e de Poluição e o Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (NACOSTI).

“Podem passar algumas semanas até que possamos começar”, disse Loice Achieng Ombajo, sublinhando também a importância de informar o público sobre os ensaios clínicos como um passo no sentido da participação voluntária e do consentimento do paciente.

Até à data, as autoridades sanitárias quenianas confirmaram 535 casos de covid-19, com 24 mortes e 182 curas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 251 mil mortos e infetou quase 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.

Em África, o número de mortes provocadas pela covid-19 subiu para 1.843 nas últimas horas, com mais de 47 mil casos da doença registados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.