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Covid-19: Hong Kong prevê pior crise financeira em mais de 20 anos - governo

LUSA
29-04-2020 10:08h

A economia de Hong Kong pode encolher entre 4% e 7% neste ano fiscal devido ao impacto prolongado da pandemia da covid-19, alertou hoje o governo da região semiautónoma chinesa.

O secretário para as Finanças, Paul Chan Mo-po, reviu as previsões de fevereiro, altura em que tinha afirmado que o Produto Interno Bruto (PIB) podia cair, este ano, 1,5% ou crescer 0,5% no máximo, de acordo com o diário de Hong Kong South China Morning Post.

"A magnitude da recessão económica de Hong Kong no primeiro trimestre pode ser pior do que no tsunami económico global de 2008, ou no impacto da crise financeira asiática [1997-1998]", declarou o responsável no debate do orçamento para este ano, no Conselho Legislativo (parlamento do território).

Chan salientou que o impacto da pandemia na economia da cidade foi "mais grave e prolongado" do que o previsto.

"O desempenho económico de Hong Kong vai inevitavelmente ser pior do que o esperado", disse o secretário.

Perante um eventual regresso dos protestos antigovernamentais, na sequência de uma diminuição dos casos da covid-19 identificados no território, Chan avisou que a estabilidade social é crucial para a recuperação económica da cidade.

"Se os confrontos violentos... da segunda metade do ano passado ressurgirem, levarão seguramente ao encerramento de mais lojas e ao fim do investimento de capital estrangeiro em negócios em Hong Kong", advertiu.

Com 1.037 casos da covid-19, Hong Kong está sem novas infeções pelo quarto dia consecutivo.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 215 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.

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