Em comunicado, o lar adianta que o Hospital de Pedro Hispano já confirmou a covid-19 como causa de morte da utente que morreu durante madrugada. Contudo, por confirmar está ainda a causa de morte de outros dois utentes, num total seis, que sofriam de outras patologias graves.

A instituição revelou ainda que até às 17:30 do dia de hoje foram confirmados 28 casos positivos e 38 casos negativos, continuando a aguardar pela totalidade dos resultados aos testes efetuados aos idosos.

Entre os funcionários há dois casos positivos em duas auxiliares de ação direta na Área de Dependentes positivos, num total de nove.

O Lar do Comércio salienta que a prioridade é para já a separação dos casos positivos dos negativos, conforme as medidas do Plano de Contingência e de acordo com as orientações feitas pela Delegação de Saúde de Matosinhos durante uma visita à instituição na quinta-feira.

"A partir daí, informaremos os familiares do estado de saúde dos utentes", refere a instituição.

Quanto aos enfermeiros, a partir do dia de hoje o lar conta com dois enfermeiros, sendo "todos os turnos assegurados pelos profissionais da Cruz Vermelha", conferindo "uma maior capacidade de resposta às necessidades dos utentes".

A instituição esclarece ainda que ao abrigo da medida do reforço social de apoio à covid-19, do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), a partir de hoje, o Lar do Comércio conta com 11 colaboradores.

O lar, sublinha, contudo, que está a trabalhar em condições muito limitadas, uma vez que dos 144 funcionários, pouco mais de 90 se encontram no exercício das suas funções, para um universo de 203 utentes no Lar e 38 no SAD (Serviço de Apoio Domiciliário), pelo que pede a compreensão e a confiança dos familiares do utentes.

Em declarações à Lusa, o vereador da Proteção Civil da Câmara de Matosinhos admitiu hoje uma intervenção mais musculada no Lar do Comércio, com a entrada de bombeiros e proteção civil para impor o cumprimento das normas e garantir a separação dos utentes.

José Pedro Rodrigues adiantou que, no quadro da vistoria realizada na quinta-feira, foi decidido reforçar, entre hoje e sábado, o quadro de profissionais da instituição, com a contratação de sete a oito enfermeiros e pessoal de ação direta.

O vereador do pelouro referiu que vai ser mantida uma avaliação permanente da situação, nomeadamente ao nível da gestão técnica e das equipas ao serviço do lar, por forma a garantir a correção das falhas detetadas pelas autoridades de saúde, nomeadamente na segregação de utentes.

"Há aqui um quadro [de incumprimento] que nos leva a tomar esta decisão, eventualmente, ainda amanhã [sábado] poderão ser ativadas outras respostas para garantir a segregação absoluta dos utentes", referiu, acrescentando que "eventualmente a mobilização, se necessário, do corpo de bombeiros e da proteção civil para garantir a reorganização dos espaços de positivo e de negativos dentro da instituição, aspetos que permanecem sem uma resolução adequada".

Segundo José Pedro Rodrigues, essa avaliação será feita sábado em face uma situação "muito desfavorável" e que pode justificar "a mobilização de mais meios".

Aquele lar de terceira idade foi já vistoriado pelas autoridades de saúde três vezes, a última das quais na quinta-feira, altura em que foram determinadas, pelas autoridades de saúde, novas medidas corretivas em face da verificação do incumprimento das normas de seguranças, higienização e segregação dos utentes.

Em Portugal, morreram 854 pessoas das 22.797 confirmadas como infetadas, e há 1.228 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde. A região Norte é a que regista o maior número de mortos (491).