O PAN na Assembleia Municipal de Lisboa defendeu hoje o incentivo ao uso da bicicleta para evitar a covid-19 e questionou a autarquia sobre se pondera tornar as bicicletas da rede Gira gratuitas até ao fim do ano.
"O reforço dos modos de mobilidade suave existentes na cidade pode contribuir para a saúde pública e saúde individual, pela melhoria da qualidade do ar e por permitir o necessário distanciamento entre pessoas, sobretudo se forem cumpridas algumas regras que têm vindo a ser estudadas", salienta o partido Pessoas-Animais-Natureza no requerimento dirigido ao presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS).
O PAN considera que a criação dos passes concelhios e do passe metropolitano, bem como as suas várias modalidades, "foi um marco na região e na cidade", defendendo que incluir o uso "de bicicletas nesta intermodalidade de transportes será o passo seguinte fundamental para o aumento da sua utilização".
"A utilização de bicicletas deve continuar a ser incentivada, agora também como meio de prevenção de contágio da covid-19. Na Alemanha, por exemplo, o Ministério da Saúde aconselhou o uso de bicicletas como alternativa aos transportes públicos e, mais recentemente, a cidade de Milão, em Itália, que irá aumentar as áreas de ciclovias e pedonais", argumentam os deputados municipais Inês de Sousa Real e Miguel Santos.
O partido pretende saber se o município irá incentivar o uso da bicicleta, se isentará a utilização da rede municipal de bicicletas (Gira) de qualquer custo até ao final do ano de 2020, assim como se pondera incluir o uso deste sistema "nos serviços de transportes e modalidade incluídos no passe metropolitano (18 concelhos)".
Os eleitos questionam ainda Medina se "já estão a ser ponderadas como diretivas, em articulação com a Direção-Geral da Saúde ou outros organismos, regras adequadas de afastamento" na utilização das bicicletas da Gira.
"Estão a ser realizados alguns estudos sobre o que se entende pelo adequado afastamento social durante o exercício físico, devido ao perigo de contágio através de gotículas exaladas por uma pessoa em movimento, principalmente se a pessoa se encontrar atrás de outra pessoa. Desta forma, a autarquia deve também proceder a algumas recomendações de cautela, as quais devem ser adotadas até existirem novas recomendações definidas pelas autoridades portuguesas", é defendido no texto.
Portugal contabiliza 854 mortos associados à covid-19 em 22.797 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, há mais 34 mortos (+4,1%) e mais 444 casos de infeção (+2%).
Das pessoas infetadas, 1.068 estão hospitalizadas, das quais 188 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou de 1.201 para 1.228.
Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo anunciou hoje a proibição de deslocações entre concelhos no fim de semana prolongado de 01 a 03 de maio.