Filomena Sousa é Assistente Hospitalar Graduada com dedicação à área do Planeamento Familiar.
Ao Canal S+ explica a realidade que se vive na MAC – Maternidade Alfredo da Costa, em que o número de pedidos para IVG - Interrupção Voluntária da Gravidez, aumentou nesta fase.
Foi considerado pela Organização Mundial da Saúde, um dos “serviços essenciais” durante a pandemia da Covid-19.
Afinal, prende-se com a saúde sexual e reprodutiva das mulheres.
Em Portugal, a legislação só permite a Interrupção Voluntária da Gravidez até às dez semanas pelo que, em tempos de pandemia, continua a ser um processo inadiável, como explica Filomena Sousa, Assistente Hospitalar Graduada na Maternidade Alfredo da Costa, com dedicação à área do Planeamento Familiar, das Adolescentes e responsável pela consulta que dá apoio às mulheres que pedem este procedimento.
A Interrupção Voluntária da Gravidez não só continua, como há registo de um aumento de pedidos nesta fase.
Também os motivos que levam as mulheres a pedir a IVG se alteraram.
Se antes se prendiam com a natureza da relação entre os progenitores, relacionam-se agora, sobretudo, com questões económicas.
Nesta fase, com o objetivo de proteger a saúde das mulheres e dos profissionais de saúde que as acompanham, tudo foi reorganizado para que quem pede a IVG não ter de se deslocar à MAC mais de duas vezes.
Filomena Sousa explica o que é feito em cada uma destas deslocações e os ajustes ao nível da prestação de cuidados, que passam sobretudo por consultas com hora marcada para não haver cruzamentos na sala de espera.
Em França, por exemplo, o prazo para as mulheres poderem fazer a IVG em casa foi ampliado devido à pandemia da Covid-19.
Em Portugal isto não aconteceu, mas se antes era preferível que a expulsão às nove, dez semanas, acontecesse em ambiente hospitalar, nesta fase, é permitido que as mulheres, com o mesmo tempo de gestação, realizem o processo em casa, de acordo com as condições e o acompanhamento que têm no domicílio.
E se antes era dada a opção entre o método medicamentoso e o método cirúrgico, agora é privilegiado o primeiro, por forma a evitar uma anestesia que pode colocar em perigo mulher e profissional de saúde.
Filomena Sousa remata que ainda não há tempo suficiente para notar uma mudança no perfil das mulheres que acedem a estas consultas.