A discussão entre prestação de cuidados de saúde públicos e privados nunca abandonou o debate nos últimos 40 anos, nomeadamente com a questão dos hospitais em regime de Parceria Público-Privada (PPP).
A emergência da pandemia da Covid-19 não veio relegar a discussão para segundo plano, com divergências públicas e vincadas sobre o assunto entre Marta Temido, ministra da Saúde, e as administrações de dois grupos privados, a Luz Saúde e a Lusíadas Saúde.
José Mendes Ribeiro, economista que já teve funções como Coordenador do Grupo Técnico para a Reforma Hospitalar do Ministério da Saúde, considera que não faz sentido a discussão permanente sobre público e privado, nomeadamente em tempos de pandemia da Covid-19. O especialista considera que a doença nos trouxe uma lição, que nos diz que não devemos excluir, mas sim juntar.
José Mendes Ribeiro reconhece que houve um equívoco inicial entre Estado e operadores privados, por falta de diálogo e de definição de um protocolo claro, sobre o circuito do doente Covid-19.
Se os grupos privados podem ser chamados a cuidar e tratar dos doentes Covid-19, por parte do SNS ou por iniciativa dos utentes, em relação à testagem do coronavírus, esta deve ser responsabilidade pública. O economista é taxativo: a conta final vai sempre parar ao Estado.