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Covid-19: Câmara do Porto quer reforçar apoio às corporações de bombeiros voluntários

LUSA
23-04-2020 15:08h

A Câmara do Porto quer reforçar o apoio às duas corporações de bombeiros voluntários da cidade, em contexto de combate à covid-19, pelo que vai propor a atribuição de 40 mil euros para cada uma das associações.

Na proposta, a que a Lusa teve hoje acesso e que vai votada na reunião do executivo de segunda-feira, a maioria salienta que a Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Porto e a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Portuenses, as duas únicas corporações de bombeiros voluntários existentes na cidade, desempenham um papel de relevante interesse público, reforçando a capacidade operacional de resposta no âmbito da proteção e socorro.

Segundo a maioria, no atual contexto de combate à pandemia do covid-19, a ação completar de ambas as associações na prestação de socorro "torna-se ainda mais premente, razão pela qual se propõe o reforço da verba a atribuir", sem prejuízo do apoio do que, entretanto, foi sendo concedido pelo município, através da disponibilização de equipamentos de proteção individual.

Nesse sentido, propõe-se um apoio, no valor anual de 40 mil euros, a conceder a cada uma das associações, valor que está já considerado em sede de revisão do Orçamento e Grandes Opções do município para o ano de 2020.

Na minuta dos contratos a assinar com as duas corporações, a que a Lusa teve acesso, refere-se que a verba "será transferida até se esgotar, nos meses de maio, agosto, novembro de 2020 e fevereiro de 2021".

As duas associações prestam serviços de socorro complementar nas respetivas áreas de influência, por solicitação do Batalhão de Sapadores Bombeiros, competindo aos B. V. do Porto o apoio complementar na zona Oriental e aos B. V. Portuenses o apoio complementar na zona ocidental.

Em março, os Voluntários Portuenses, admitiam, à Lusa, que podiam ter de deixar de poder prestar serviços de emergência por falta de equipamento de proteção individual para o combate à Covid-19 e avisavam que sem apoio não tinham capacidade para pagar salários.

"Eu estou a ficar sem stock. Eu não vou querer dizer que não às pessoas, mas não vou pôr em risco nenhum dos meus operacionais em risco. (...). Neste momento, estes equipamentos eram fundamentais, eu não sei como isto vai ser", afirmava à data o comandante dos Portuenses, Joaquim Caldas.

Naquele mês, a junta de freguesia de Ramalde tinha já assumido o pagamento de quatro faturas de fornecedores de combustível, oxigénio, máscaras, luvas, entre outros materiais, no valor de 4.848 euros, revelava o seu presidente.

À data, os Portuenses adiantavam à Lusa, estar em conversações com a Câmara do Porto de aferir da disponibilidade para ajudar a corporação.

Portugal regista 820 mortos associados à covid-19 em 22.353 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

A região Norte é a que regista o maior número de mortos (475).

O concelho de Lisboa é o que regista o maior número de casos de infeção pelo coronavírus (1.266), seguido de Vila Nova de Gaia (1.161), Porto (1.099), Braga (950), Matosinhos (929), Gondomar (894), Maia (763), Valongo (655), Ovar (532), Sintra (514) e Coimbra, com 367 casos.

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