A faturação da Hermès caiu 6,5% no primeiro trimestre deste ano face a idêntico período do ano passado, para 1.506 milhões de euros, revelou hoje a marca francesa de artigos de luxo.
A queda na faturação da Hermès ficou a dever-se ao impacto negativo da pandemia da covid-19, explica a marca em comunicado, dando nota que com a taxa de câmbio constante a diminuição do volume de negócios seria de 7,7%.
A empresa, que apresentou hoje os resultados relativos ao primeiro trimestre deste ano, justificou o seu desempenho com o impacto negativo da amplitude da crise de saúde e à sua extensão, primeiro na China e no resto da Ásia, e depois na Europa e na América, o que fez com que tivesse de fechar lojas e fabricas nesses países.
“A evolução da pandemia e as medidas decididas pelos Estados ainda não nos permitem prever as datas de reabertura das lojas. Assim, as vendas do segundo trimestre serão fortemente afetadas numa parte significativa da nossa rede”, lê-se no comunicado.
No entanto, a Hermès realçou que o modelo artesanal, com principal presença em território francês e uma rede de distribuição equilibrada entre clientes nacionais e estrangeiros contribuiu para “a resiliência da empresa”.
O grupo manteve os investimentos, tanto ao nível da produção como da distribuição, para preparar o regresso à normalidade nas “melhores condições”.
Algumas de suas fábricas de produção e logística começaram a abrir progressivamente a partir de 14 de abril, tendo sempre em conta as medidas de proteção, sendo que a Hermès continua a manter a sua meta de crescimento ao nível da faturação para este ano.
Neste contexto da crise, a assembleia geral de acionistas, que se deverá reunir na sexta-feira, vai votar a proposta da administração para que o dividendo por ação a distribuir permaneça nos 4,55 euros, idêntico ao do ano fiscal anterior, em vez dos cinco euros por ação inicialmente aprovados.
A administração da Hermès, por sua vez, decidiu renunciar ao aumento da sua remuneração e manterá os seus salários no mesmo nível de 2019.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 593.500 doentes foram considerados curados.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (46.583) e mais casos de infeção confirmados (quase 840 mil).
Seguem-se Itália (25.085 mortos, em mais de 187 mil casos), Espanha (21.717 mortos, mais de 208 mil casos), França (21.340 mortos, mais de 155.800 casos) e Reino Unido (18.100 mortos, mais de 133 mil casos).
Em Portugal, morreram 785 pessoas das 21.982 registadas como infetadas, de acordo com os últimos dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.