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Covid-19: Maioria dos casos suspeitos em profissionais de saúde não são vigiados

Canal S+/ SO
22-04-2020 17:12h

O Barómetro Covid-19 da Escola Nacional de Saúde Pública revela que 60% dos casos suspeitos em profissionais de Saúde não foram submetidos a vigilância ativa e apenas 1/4 realizou o teste nas primeiras 24h.

36,7% dos inquiridos trabalham em áreas de tratamento de doentes ou suspeitos de Covid-19. Dos mais de quatro mil profissionais, que participaram no estudo, são médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, assistentes operacionais, farmacêuticos, nutricionistas, psicólogos e os profissionais das carreiras laboratoriais.

Durante o inquérito, 13,6% eram casos suspeitos, na sua maioria enfermeiros (35,1%) e médicos (18,9%). Destes, só 38,6% disseram terem sido acompanhados de vigilância ativa pelas autoridades de saúde, e apenas 40% dos que trabalham com doentes Covid-19 foram vigiados. O estudo revela ainda que do total de participantes no questionário, 34,1% não realizou a automonitorização diária dos sintomas, medida que consta, desde o dia 21 de março, das orientações da Direção-Geral de Saúde.

O estudo diz ainda que 60% dos casos suspeitos em profissionais de Saúde não foram submetidos a vigilância ativa, como nos explica Florentino Serranheira, coordenador executivo do estudo do Departamento de Saúde Ocupacional e Ambiental da ENSP.

Quanto aos profissionais testados (73,3%) apenas 1/4 realizou o teste nas primeiras 24 horas, tendo quase 30% realizado o teste mais de 72 horas após a suspeição. Acresce que algumas destas pessoas continuavam a trabalhar em áreas de doentes ou suspeitos de Covid-19. Do total de resultados, 64 eram positivos.

Outra das questões relaciona-se com a disponibilidade de equipamentos de proteção individual, que 47,7% classifica como moderada e 30,5% diz ser insuficiente. Os números são semelhantes nas respostas a profissionais que se encontram em áreas Covid-19.

76,7% dos profissionais que estão no ativo revelam fadiga, no entanto a grande maioria (87%) diz estar em condições para tomar decisões rápidas no contexto da prestação de cuidados e 84,6% contam com o apoio dos colegas.

A ansiedade é uma perturbação que atinge também os profissionais de saúde (68,8%), com valores acima dos normais. Nas áreas Covid-19, a ansiedade atinge mais os profissionais de cuidados primários e de urgência hospitalar.

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