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Covid-19: Bósnia-Herzegovina cria campo para monitorizar saúde dos migrantes

LUSA
21-04-2020 20:16h

As autoridades da Bósnia-Herzegovina começaram hoje a transferir migrantes e refugiados radicados no noroeste do país, mas sem endereço fixo, para um campo onde vão monitorizar o seu estado de saúde, no âmbito da pandemia de covid-19.

O campo, instalado na cidade de Lipa, tem capacidade para alojar 1.000 pessoas e já recebeu 120, que dispõem de tendas, água potável, eletricidade e aquecimento.

Mustafa Ruznic, que lidera o governo da região de Una-Sana, no extremo noroeste do país, que faz fronteira com a Croácia, afirmou que todas as pessoas encontradas em ruas, parques e prédios abandonados foram transferidas para abrigos, informou hoje a agência de notícias da Bósnia-Herzegovina, Fena.

Apesar de não serem obrigados a mudar-se, os migrantes aceitaram deslocar-se para o novo campo, por terem, aí, melhores condições.

As pessoas transferidas para o campo de Lipa, foram submetidas a exames médicos e as duas que acusaram febre, já isoladas, vão realizar o teste para a covid-19, segundo a ministra da Saúde de Una-Sana, Nermina Cemalovic.

As autoridades locais dessa região, a mais afetada pela crise migratória, estimam que há cerca de 2.000 de migrantes fora dos centros de receção, entre os 5.000 que se encontram na região e os 8.000 espalhados por toda a Bósnia-Herzegovina.

O ministro do Interior, Fahrudin Radoncic, declarou hoje que o alojamento de imigrantes em novos campos não resolve o problema da migração e que a Bósnia-Herzegovina deve trabalhar para devolver essas pessoas aos seus países de origem.

"O dinheiro oferecido pela Organização Internacional para as Migrações e pelos países europeus deve ser utilizado em voos de avião, que possam devolver os migrantes, grupo por grupo, aos seus países de origem", afirmou Radoncic.

A Bósnia-Herzegovina contabilizou até agora 1.342 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus e 51 mortes, segundo a informação que consta no mapa mundial relativo à pandemia da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos da América.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 170 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 558 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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