Os Estados e instituições parceiras da República Centro-Africana (G5) elogiaram hoje as autoridades do país pelo empenho na luta contra a pandemia de covid-19 e condenaram "qualquer tentativa de desestabilização das instituições".
De acordo com os dados mais recentes compilados pela União Africana, a República Centro-Africana (RCA) contabiliza 14 casos desde o início da pandemia no país, dos quais 10 são considerados recuperados, e não regista qualquer morte.
Num comunicado conjunto assinado por representantes dos vários Estados e instituições, estes consideram ainda que a RCA, “tal como o resto do mundo, enfrenta um dos maiores desafios sanitários da sua história”, tendo alertado, no entanto, para os desenvolvimentos políticos no país.
“Neste contexto, os membros do G5 condenam veementemente qualquer tentativa de desestabilização das instituições da República e o incitamento público à violência”, refere o comunicado.
Os signatários da missiva – representantes dos Estados Unidos da América, França, Rússia, União Europeia, Comissão da União Africana, Comunidade Económica dos Estados da África Central, Nações Unidas e Banco Mundial – apelam às várias partes políticas para que não comprometam a ordem pública e a segurança da RCA.
“[Os representantes do G5] apelam a todos os atores políticos e forças ativas na nação centro-africana a rejeitarem atos, discursos e manipulações com o objetivo de comprometerem a ordem pública e a segurança, e para que se abstenham de qualquer tentativa de minar as instituições democráticas e a ordem constitucional”, lê-se no comunicado hoje emitido.
Da mesma forma, os representantes do G5 pediram também que “a justiça seja administrada de forma imparcial e eficaz sempre que necessário”, salvaguardando o respeito pelo direito a julgamentos justos.
O comunicado invoca ainda o mandato da missão das Nações Unidas na RCA, a MINUSCA, convidando o Governo a preservar a segurança pública numa cooperação entre o executivo e a força de paz.
O G5 salientou a importância da aplicação do Acordo Político para a Paz e Reconciliação na RCA, assinado em fevereiro de 2019, tendo reiterado o seu apoio ao diálogo entre os intervenientes.
Da mesma forma, o G5 reforçou o apelo para a organização de “eleições inclusivas, livres, transparentes, pacíficas e credíveis”, cumprindo o calendário eleitoral e as disposições constitucionais.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017. A 7.ª Força Nacional Destacada, constituída por 180 militares, partiu recentemente para o país, de forma a integrar a missão da ONU durante seis meses.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 170 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 558 mil doentes foram considerados curados. O continente africano regista mais de 23.000 casos em 52 países desde o início da pandemia, incluindo 1.150 mortes.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.