Apenas 30% dos hospitais fazem uma avaliação dos resultados do uso de medicamentos inovadores e esse acompanhamento é feito sobretudo pelos dados dos consumos e não do ponto de vista de melhoria do estado de saúde.
Um estudo sobre acesso a medicamentos em meio hospitalar, que hoje é apresentado em Lisboa, indica que em 70% dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que foram inquiridos não são monitorizados sistematicamente os resultados das novas terapêuticas depois de introduzidas.
“Após a introdução de uma nova terapêutica, 61% das instituições não possuem nenhum mecanismo de reavaliação dos resultados”, refere o Índex Nacional do Acesso ao Medicamento Hospitalar.
Entre os 30% de unidades que indicaram fazer sistematicamente esse acompanhamento, a maior parte realiza a monitorização pelo número de doentes abrangidos.
Mesmo nos dados que os hospitais comunicam à Autoridade do Medicamento – Infarmed - sobre novos medicamentos, apenas em 21% das unidades é transmitida informação sobre os resultados de efetividade dos novos tratamentos.
Os medicamentos inovadores são, ainda assim, submetidos sempre a uma avaliação prévia de eficácia e efetividade, mas a análise que é feita neste estudo, através de inquérito aos hospitais, incide na monitorização dos resultados depois de introduzidos novos medicamentos considerados inovadores e administrados aos doentes.
O estudo “Índex Nacional do Acesso ao Medicamento Hospitalar” foi elaborado pela Associação dos Administradores Hospitalares, pela Ordem dos Farmacêuticos e pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa através de um inquérito enviado às administrações dos hospitais do SNS, tendo respondido cerca de metade de todas as unidades de saúde.
Os resultados, a que a agência Lusa teve acesso, são hoje apresentados no Fórum do Medicamento, que decorre de manhã em Lisboa.