A Câmara de Monção emprestou computadores e forneceu, gratuitamente, o acesso à Internet a cerca de 100 famílias com filhos em idade escolar e que manifestaram necessidade desses recursos para o ensino à distância, disse hoje o presidente.
Em declarações à agência Lusa, a propósito do apoio da autarquia ao ensino à distância devido à pandemia de covid-19, António Barbosa explicou que o município do distrito de Viana do Castelo "dispunha de computadores portáteis”, que havia adquirido no âmbito de um projeto e que não estavam a ter utilização, que foram agora emprestados a "quem necessita".
"Fornecemos, gratuitamente, os ‘routers' que representaram um investimento de alguns milhares de euros", disse o autarca social-democrata de Monção, no distrito de Viana do Castelo.
Segundo António Barbosa, no levantamento das necessidades do concelho, "feito pela vereadora com pelouro da Educação com o apoio do agrupamento de escolas, foram sinalizadas cerca de 100 famílias com crianças e jovens em idade escolar e com necessidades em equipamentos ou de acesso à Internet.
"É um levantamento que ainda pode sofrer atualizações", referiu.
Desde 16 de março que todos os estabelecimentos de ensino estão encerrados por decisão do Governo para tentar controlar a disseminação do novo coronavírus, que já infetou mais de 20 mil pessoas em Portugal.
Mais de dois milhões de crianças e jovens, desde creches ao ensino superior, ficaram em casa e a maioria tem aulas à distância através de plataformas ‘online' ou trocas de e-mails com os seus professores.
Sobre as máscaras de uso comunitário, António Barbosa disse que, "para já, a autarquia não está a equacionar comprar" esse material.
"Não me parece que esse seja um problema. Se for obrigatório, as pessoas deverão comprar a sua máscara. É um assunto que não está pensado apesar de várias Juntas de Freguesias do concelho andarem a entregar máscaras ao domicílio", referiu.
António Barbosa adiantou que a autarquia já distribuiu inúmeros Equipamentos de Proteção Individual (EPI) às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e aos bombeiros voluntários.
O autarca social-democrata disse que no concelho há 66 casos positivos de covid-19, sendo que 52 são utentes e funcionários do lar da Santa Casa da Misericórdia.
Segundo António Barbosa, o concelho registou a primeira morte, um homem de 64 anos, emigrante em França e que regressou no dia 08 de março a Monção.
O homem viajou em autocarro de França para a freguesia de Merufe, em Monção, no Alto Minho.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Merufe, Márcio Alves, adiantou que o homem morreu no domingo à tarde no hospital de São João, no Porto, onde se encontrava hospitalizado.
O segundo caso de infeção em Monção foi a irmã do emigrante. Márcio Alves disse desconhecer o estado de saúde da mulher, de 59 anos, por esta residir noutra freguesia do concelho.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 164 mil mortos e infetou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 525 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 714 pessoas das 20.206 registadas como infetadas.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
O decreto presidencial que prolonga até 02 de maio o estado de emergência iniciado em 19 de março prevê a possibilidade de uma "abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais".