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Covid-19: Timor-Leste com “passaporte para aprender” em projeto de ensino à distância

20-04-2020 11:35h

Crianças em Timor-Leste estão a beneficiar desde o final de março de ensino à distância, com conteúdos televisivos e radiofónico, livros eletrónicos e uma plataforma online no âmbito de um projeto do Ministério da Educação, apoiado pela UNICEF.

O “Escola Ba Uma”, ou Escola em Casa, foi desenvolvido pelo Ministério da Educação para fornecer conteúdos em várias plataformas para que as crianças nos vários níveis de ensino pudessem continuar a estudar durante o período de encerramento das escolas devido à covid-19.

A iniciativa assenta na plataforma Learning Passport, desenvolvida com o apoio da UNICEF e da Microsoft, que permite, refere um comunicado da organização internacional, que o material de ensino possa ser acedido de qualquer ponto do país.

Desenvolvido de forma acelerada em apenas duas semanas, o “Escola Ba Uma” produziu já 28 episódios televisivos e dois programas de rádio, disponibilizando livros eletrónicos e um livro para que os pais possam explicar a filhos com necessidades especiais o que é a covid-19.

Na nota enviada à Lusa, UNICEF explica que a plataforma inclui os programas televisivos e radiofónicos – que são transmitidos diariamente na televisão e rádio públicas, a RTTL, manuais e livros de histórias do currículo nacional e ainda material adicional de ensino à distância.

No caso de alunos sem acesso às novas tecnologias estão a ser impressos livros que serão distribuídos por todo o país, explica a UNICEF.

A iniciativa inclui o desenvolvimento de uma aplicação para telefones móveis – atualmente em fase de testes antes do seu lançamento -, e uma parceria com uma empresa de telecomunicações para que os seus 600 mil clientes possam ter acesso gratuito aos livros.

A nível global a plataforma Learning Passport foi hoje oficialmente lançada para poder ser utilizada em todo o mundo, numa altura em que há encerramentos ou restrições no ensino presencial que afetam mais de 190 países e 1,57 mil milhões de alunos, segundo um comunicado conjunto da UNICEF e da Microsoft.

O projeto é uma adaptação de uma iniciativa desenvolvida com o apoio da Universidade de Cambridge e direcionada para crianças deslocadas ou refugiadas.

“Foi agora expandida para permitir a introdução de currículos nacionais para crianças e jovens cujas escolas foram fechadas devido à covid-19”, refere o comunicado, notando que a  plataforma contém recursos para professores, alunos e encarregados de educação.

Henrietta Forre, diretora executiva da UNICEF, explica que “entre o fecho de escolas, isolamento e o persistente sentimento de medo e ansiedade, os efeitos da pandemia estão a ter impacto em crianças em todo o mundo”.

“Podemos trabalhar juntos para explorar todas as formas de garantir a educação das crianças e de as apoiar nestes momentos difíceis”, refere.

Desenvolvida ao longo dos últimos 18 meses a plataforma deveria ter arrancado este ano com projetos-piloto, tendo o calendário sido acelerado devido aos efeitos da covid-19 em todo o mundo.

Além de Timor-Leste, Kosovo e a Ucrânia são os primeiros países a implementar os currículos nacionais na plataforma.

“Tal com o impacto da covid-19 não tem fronteiras as soluções também não devem ter fronteiras e exigem a colaboração dos setores público e privado para garantir que todos os alunos continuam a aprender”, disse Brad Smith, presidente da Microsoft.

Timor-Leste registou até ao momento 22 casos confirmados de covid-19, entre eles um recuperado.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 164 mil mortos e infetou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 525 mil doentes foram considerados curados.

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