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Clima: Saúde das crianças nascidas hoje ameaçada pela crise climática

LUSA
14-11-2019 12:41h

A saúde das crianças nascidas hoje vai estar cada vez mais ameaçada e sujeita a doenças como asma e riscos cardíacos por causa da poluição atmosférica, infeções e subnutrição se nada for feito contra a crise climática.

O alerta foi divulgado na quarta-feira em artigo publicado na revista The Lancet, algumas semanas antes do início da conferência internacional sobre o clima (COP25), e ressoa como um eco dos receios, dos quais a sueca Greta Thunberg se tornou um emblema no mundo.

“As alterações climáticas vão definir a saúde de toda uma geração”, garantiu Nick Watts, responsável pelo texto.

“Se as coisas continuarem neste estado, com emissões de dióxido de carbono elevadas e alterações climáticas que continuam ao mesmo ritmo, uma criança de hoje vai viver num mundo mais quente de quatro graus em média até aos seus 71 anos, o que vai ameaçar a sua saúde em todas as etapas da sua vida”, escrevem os autores do artigo.

“As crianças são particularmente vulneráveis aos riscos sanitários ligados às alterações climáticas. O seu corpo e o seu sistema imunitário ainda estão em vias de se desenvolver, o que os torna mais vulneráveis às doenças e aos poluentes”, realçou Watts, do Instituto para a Saúde Mundial, da Universidade de Londres.

Ora, as consequências sobre a saúde “continuam na idade adulta” e “duram toda a vida”, sublinhou, exigindo uma “ação imediata de todos os países para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa”.

Este relatório é a edição de 2019 de um documento publicado todos os anos pela The Lancet. Intitulado “Contagem decrescente para a saúde e as alterações climáticas”, mede 41 indicadores-chave sobre estes dois temas e é realizado em colaboração por 35 entidades, entre as quais a Organização Mundial de Saúde, o Banco Mundial e universidades.

Este ano, o foco dos investigadores é o da saúde dos mais jovens.

Os investigadores consideraram crucial “limitar o aquecimento a menos de dois graus centígrados”, como prevê o Acordo de Paris. E reclamam que “os impactos das alterações climáticas na saúde estejam em primeiro plano na agenda da COP25 (25.ª Conferência das Partes), que começa em Madrid, capital de Espanha, no inicio de dezembro.

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