O presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, Luís Amado, afirmou hoje que se as empresas que estão “em boa situação”, como a EDP, tivessem um comportamento de retração “em termos de capital” prejudicavam a economia.
Em conferência de imprensa, no final da assembleia-geral da EDP, Luís Amado defendeu a proposta do Conselho de Administração de remuneração aos acionistas que foi aprovada esta tarde na reunião magna.
Os acionistas da EDP aprovaram hoje a distribuição de 694,74 milhões de euros em dividendos relativos a 2019, ano em que a elétrica liderada por António Mexia teve lucros consolidados de 512 milhões de euros.
“A EDP está numa situação robusta face às circunstâncias. Se todas as empresas, mesmo as que estão em boa situação, tivessem um comportamento de pânico e de retração em termos de capital num momento como este agravariam ainda mais a situação económica geral”, declarou.
Também o presidente executivo da EDP, António Mexia, defendeu hoje a estabilidade da remuneração aos acionistas, realçando que se a empresa que lidera tem capacidade de distribuir os dividendos é "porque fez os trabalhos de casa".
Em conferência de imprensa, António Mexia realçou que, no atual contexto de pandemia de covid-19, a resiliência do modelo de negócio permitiu à EDP manter o compromisso com a totalidade dos 'stakeholders' (intervenientes no negócio), nomeadamente trabalhadores, fornecedores, clientes e acionistas.
Salientando que "a decisão sobre os dividendos cabe aos acionistas", o gestor destacou que a proposta do Conselho de Administração de distribuição de 694,74 milhões de euros em dividendos relativos a 2019 foi aprovada por 99,13% do capital presente na reunião magna (67% do total).
Face às críticas à política de remuneração dos acionistas da EDP no atual contexto de crise associada à pandemia, Mexia sublinhou que "a maior parte das empresas do setor aumentou os seus dividendos, coisa que não aconteceu na EDP", que manteve um dividendo de 19 cêntimos por ação, o mesmo do ano anterior.
António Mexia lembrou ainda que os dividendos da EDP aos acionistas são suportados pela atividade internacional, e que se dependessem da atividade nacional "o cenário seria outro", depois de a elétrica ter registado prejuízo em 2019 na atividade em Portugal.
Além disso, acrescentou, a EDP atuou em linha com as recomendações da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A proposta de aplicação dos resultados, incluindo um dividendo de 19 cêntimos por ação, era o segundo ponto da assembleia-geral de acionistas, que este ano decorreu através de meios telemáticos, devido às restrições provocadas pela pandemia covid-19.