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Covid-19: Empresas do Alto Minho mantêm empregos, mas recorrem a ‘lay-off’- CEVAL

LUSA
16-04-2020 15:03h

A esmagadora maioria das 111 empresas do distrito de Viana do Castelo inquiridas pela Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL) mantém os postos de trabalho, mas recorreu ao regime de 'lay-off' estabelecido pelo governo no âmbito da pandemia.

De acordo com as conclusões do inquérito "Medidas de mitigação do impacto da COVID-19 nas empresas do Alto Minho", realizado pela CEVAL entre os dias 07 a 15, e hoje divulgadas à agência Lusa, 89,1% das 111 empresas instaladas nos 10 concelhos do Alto Minho responderam ter salvaguardado os postos de trabalho, contra apenas 10,9% que afirmou ter recorrido ao despedimento.

Das 111 empresas de comércio, serviços e indústria questionadas, 60,9% não suspenderam a atividade por causa da pandemia de covid-19, enquanto 39,1% afirmam que tiveram de o fazer.

Quando questionadas se recorreram a alguma medida temporária e simplificada de apoio criadas pelo Governo para suportar o impacto económico causado pelo surto do novo coronavírus, 52,7% das empresas referiu não ter recorrido a ajudas, contra 47,3% que já o fez.

"Das 68 empresas que afirmaram ter já ter encetado um ou mais processos para beneficiar das medidas de apoio à economia, 32 (47,1%) disseram ter recorrido ao ‘lay-off', 27 (39,7%) declaram ter recorrido a moratórias de crédito, 14 (20,6%) a apoios à tesouraria, 18 (26,5%) a medidas de teletrabalho, três (4,4%) a apoios a empresários em nome individual e 19 (27,9%) ao deferimento de impostos e contribuições. Já duas empresas (2,9%) solicitaram apoios do programa Portugal 2020”, refere o estudo da CEVAL.

De acordo com o inquérito da confederação, que representa cerca de 5.000 empresas do distrito de Viana do Castelo que empregam mais de 19.000 trabalhadores, 59,6% das empresas inquiridas admitiu que tenciona recorrer a medidas de apoio, enquanto 40,4% afasta essa possibilidade.

Das 74 empresas que admitiram vir a recorrer a medidas de apoio, 27 (36,5%) apontaram o regime de ‘lay-off', 20 (27%) a moratórias de crédito, 28 (37,8%) a apoios à tesouraria, seis (8,1%) ao teletrabalho, sete (9,5%) a apoios para empresários em nome individual, 27 (36,5%) ao diferimento de impostos e contribuições e sete (9,5%) aos fundos do Portugal 2020".

Relativamente ao futuro e quando questionadas sobre a retoma da atividade, a maioria das empresas inquiridas respondeu que serão precisos “12 meses ou mais para recuperar completamente a atividade".

Das 111 empresas que participaram no estudo, 57 estão instaladas em Viana do Castelo, 13 em Ponte de Lima, nove em Caminha, oito em Arcos de Valdevez, oito em Valença e outras tantas em Monção, duas em Ponte da Barca e outras duas em Vila Nova de Cerveira, uma em Melgaço e outra em Paredes de Coura.

Por setores de atividade, revela o estudo, 52 são empresas prestadoras de serviços, 32 pertencem à área do comércio e 22 da indústria.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 137 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 450 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 629 pessoas das 18.841 registadas como infetadas.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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