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Covid-19: “A declaração de estado de emergência e o recolher obrigatório foram determinantes”

Canal S+ / ALS
15-04-2020 15:34h

O segredo de Marrocos foi olhar atentamente para o que estava a acontecer nos outros paises e, sem hesitar, antecipar a chegada da covid-19. Segundo números avançados pelo jornal espanhol El Pais, existiam no país entre 50 a 60 pessoas infetadas quando, a 19 de março, se implementou um conjunto de fortes medidas que permitiram conter a pandemia. A indústria teve, e tem, um papel de grande relevo ao adaptar as unidades de produção e assumir o fabrico de mascaras e ventiladores.

Marrocos não esteve com meias medidas e apostou na antecipação para enfrentar a pandemia da covid-19 e minimizar os efeitos da doença, nos cerca de 35 milhões de habitantes. O governo marroquino recolheu informação e baseou-se nos casos de sucesso para tomar medidas como, por exemplo, a utilização obrigatória de máscaras, em vigor desde o dia 7 de abril. Fronteiras fechadas, escolas encerradas, assim como mesquitas e todos como estabelecimentos considerados não essenciais, transportes públicos parados, saídas durante o dia, apenas as estritamente necessárias e devidamente autorizadas pelas autoridades, e a partir das 18:00 recolher obrigatório, foram algumas das medidas colocadas em prática. De início preocupado, depois otimista, Tawfiq Rkibi, professor universitário e presidente da Câmara de Comércio Luso-Marroquina, relatou ao Canal S+, como o país fez frente à covid-19.

As fábricas que se ocupavam da produção de sacos em tecido não tecido (TNT) passaram a produzir máscaras, dando uso à matéria prima que há quatro anos substituiu o plástico. Os preços também foram controlados e, mais tarde, as quantidades produzidas, adaptadas às necessidades. Também os ventiladores começaram a ser produzidos pela indústria aeronáutica.

 

As forças da autoridade colaboraram no trabalho de sensibilizar a população, sobretudo a que habita zonas rurais, para os possíveis efeitos da pandemia e para a necessidade de confinamento.
Também a sociedade civil se mobilizou para conter minimizar os efeitos na economia do país.

 

Segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana, Marrocos, até ao momento, está perto dos dois mil casos. Os números oficiais dão conta de 1988 casos, 127 mortos e 218 doentes recuperados. É um dos países africanos com maior número de infetados com o novo coronavírus, juntamente com a África do Sul, o Egipto e a Argélia.

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