França “lamenta” a decisão de Donald Trump de suspender a contribuição dos Estados Unidos para Organização Mundial de Saúde (OMS), em plena pandemia, afirmou hoje uma porta-voz do Governo francês.
“É uma decisão que lamentamos”, disse Sibeth Ndiaye à imprensa após a reunião do Conselho de Ministros.
A responsável acrescentou que Paris espera “o regresso à normalidade” desta situação, para que a OMS possa prosseguir o seu trabalho.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na terça-feira que vai suspender a contribuição do país para OMS, justificando a decisão com a “má gestão” da pandemia provocada pelo novo coronavírus.
“Ordeno a suspensão do financiamento para a Organização Mundial da Saúde enquanto estiver a ser conduzido um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus”, disse.
Donald Trump referiu que os EUA contribuem com “400 a 500 milhões de dólares por ano” (entre 364 e 455 milhões de euros) para a OMS, em oposição aos cerca de 40 milhões de dólares (mais de 36 milhões de euros), ou “ainda menos”, que disse ser o investimento da China naquela organização.
A decisão norte-americana foi imediatamente criticada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que sublinhou que este "não é o momento de reduzir o financiamento das operações" da OMS “ou de qualquer outra instituição humanitária que combata o vírus" SARS-CoV-2.
"A minha convicção é que a Organização Mundial da Saúde deve ser apoiada por ser absolutamente essencial aos esforços do mundo para ganhar a guerra contra a covid-19", salientou Guterres.
A União Europeia (UE), a União Africana (UA) e os governos de Portugal, Alemanha, Rússia e China também já criticaram a decisão de Donald Trump.
Surgido em dezembro na China, o novo coronavírus já fez quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Os Estados Unidos são o país que regista atualmente o maior número de mortes, 26.059, e de casos de infeção, mais de 600 mil.