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Covid-19: CDS considera “uma injustiça” que exames do secundário não influenciem notas

LUSA
14-04-2020 16:56h

O presidente do CDS-PP criticou hoje que os exames nacionais do ensino secundário não alterem as notas dos alunos, considerando que isso é uma “tremenda injustiça”, e pedindo que se mantenha o sistema que vigorou até aqui.

Em comunicado enviado às redações, Francisco Rodrigues dos Santos considerou que as novas regras relativas aos exames, decretadas devido à pandemia de covid-19, “prejudicam os alunos” porque as provas “não vão servir, desta vez, para aumentar as notas internas do ensino secundário”, e “valem apenas como específicas para o ingresso no ensino superior e só nessas condições podem ajudar a subir as médias”.

“Esta decisão configura uma tremenda injustiça num triplo sentido”, salienta o líder democrata-cristão, considerando que viola “as expectativas, o esforço e o investimento financeiro dos estudantes e das suas famílias, que fizeram a gestão do seu percurso letivo em função da estabilidade das regras de acesso ao ensino superior”.

Também porque, “para muitos estudantes, a melhoria da classificação final por exame é a única opção viável de melhoria da sua média interna”, aponta, acrescentando que esta alteração “introduz uma desigualdade face às anteriores e possivelmente às próximas gerações no sistema de ingresso no ensino superior”.

Francisco Rodrigues dos Santos assinala igualmente “o CDS é sensível aos argumentos dos estudantes e reitera a manutenção do atual modelo de acesso ao ensino superior”.

“Para milhares de jovens portugueses, a educação é a única oportunidade de quebrar ciclos geracionais de pobreza, atingindo o sucesso através do esforço e do mérito”, advoga o presidente do CDS-PP, considerando que “a proteção do seu futuro e a segurança sobre o modelo de avaliação do seu desempenho escolar merecem que não se mudem as regras a meio do jogo”.

O terceiro período letivo arranca hoje, mas a maioria dos alunos já não regressa à escola e continua a estudar à distância, uma vez o Governo decidiu suspender as aulas presenciais para todos os alunos do ensino obrigatório, admitindo apenas o eventual regresso às escolas dos alunos dos 11.º e 12.º ano, devido à pandemia da covid-19.

Este ano não vão realizar-se as provas de aferição do ensino básico e dos exames do 9.º ano, mantendo-se apenas os exames nacionais do 11.º e do 12.º anos que sejam necessários para o acesso ao ensino superior, provas que deixam de influenciar as notas dos alunos.

De acordo com o decreto que estabelece as novas regras, os alunos realizam exames finais nacionais apenas nas disciplinas que elejam como provas de ingresso para aceder ao ensino superior, e é ainda permitida a realização desses exames para melhoria de nota, sendo que o resultado obtido releva apenas como classificação de prova de ingresso.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 567 mortos, mais 32 do que na segunda-feira (+6,%), e 17.448 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 514 (+3%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.

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