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Covid-19: Programa alimentar em Cabo Verde já beneficiou mais de 90 mil pessoas - Governo

LUSA
14-04-2020 16:45h

O programa de assistência alimentar adotado em Cabo Verde no âmbito das medidas para mitigar os efeitos da pandemia do novo coronavírus já foi finalizado em 16 concelhos, beneficiando mais de 90 mil pessoas, avançou hoje o Governo.

De acordo com os dados, com última atualização na segunda-feira, o programa já foi terminado em 16 concelhos e beneficiou 90.554 pessoas, o que corresponde a 97 % da meta pretendida.

A mesma fonte avançou que o programa está em curso nos restantes seis municípios do país, prevendo-se a sua conclusão durante esta semana.

"Além dos beneficiários previstos no programa, a junção de esforços das câmaras, e de doadores, permitiu, em quase todos os concelhos, ultrapassar o número de beneficiários previstos", lê-se na nota divulgada pelo Ministério da Família e Inclusão Social.

Ao abrigo do programa, o Governo cabo-verdiano informou que foram disponibilizadas e autorizadas a aquisição de 520.457 quilos de géneros alimentares, no valor aproximado de 62 milhões de escudos (562 mil euros), e que até segunda-feira esses produtos foram entregues em todos os concelhos do país.

Ainda no âmbito deste programa, foi lançada uma campanha de solidariedade para mobilização de recurso, através da Fundação Cabo-verdiana de Ação Social Escolar (FICASE), numa iniciativa que tem contado ainda com apoio das associações locais e igrejas.

No que diz respeito ainda às medidas de proteção social, o Governo cabo-verdiano informou que já registou a inscrição de 9.473 candidatos ao Rendimento Solidário (RSO), totalizando 21.736 membros.

Do total de inscritos, 44%, são potenciais beneficiários do rendimento e destes 63,4% são mulheres, prosseguiu ainda a nota governamental.

Praia, Santa Cruz e Santa Catarina (todos em Santiago) e São Vicente são os municípios com maior número de candidatos elegíveis, enquanto por países de origem dos imigrantes com maior número de inscritos elegíveis são São Tome e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Senegal.

Há também um rendimento social de inclusão, com 8 mil beneficiários já selecionados, que estão em processo de bancarização para receberem as suas ajudas.

Os apoios também são dirigidos aos idosos, que com as câmaras municipais a garantirem a distribuição de refeições e cestas básicas a esta camada da população, segundo o Ministério cabo-verdiano.

O governo cabo-verdiano tomou medidas de proteção social das famílias e do rendimento dos que operam no setor informal da economia e que ficam afetados pelas medidas restritivas de combate ao novo coronavírus.

Fica garantido a esses trabalhadores um valor de 10 mil escudos (90 euros) para um período de um mês.

O executivo prevê beneficiar 30 mil trabalhadores, representando um investimento de 300 milhões de escudos (272 mil euros), para um período de um mês.

Cabo Verde cumpre hoje 17 dias, de 20 previstos, de estado de emergência para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas e para o exterior suspensas.

O país regista 11 casos da covid-19, distribuídos pelas ilhas da Boa Vista (7), Santiago (3) e São Vicente (1).

Um desses casos, um turista inglês de 62 anos que estava num hotel da ilha da Boa Vista, acabou por morrer, vítima da doença.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 117 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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