O primeiro-ministro cabo-verdiano manifestou-se hoje favorável à prorrogação do estado de emergência em vigor até sexta-feira no país para conter a propagação da pandemia do novo coronavírus, mas com retoma da atividade económica e redução de algumas restrições.
No final de um encontro, na cidade da Praia, com instituições sociais para avaliar as medidas de proteção social, Ulisses Correia e Silva avançou que a medida será "progressiva e controlada", para que as restrições que estão em curso e a retoma da atividade económica possam ser conciliáveis.
"Ao mesmo tempo que se irá retomar a atividade económica após o prolongamento do estado de emergência, as restrições irão ser reduzidas", salientou o primeiro-ministro, para quem é preciso "consolidar os ganhos" e "reduzir os riscos" de propagação da doença no país.
A ideia foi reforçada pelo ministro de Estado, Fernando Elísio Freire, em conferência de imprensa, explicando que se pretende "cumprir rigorosamente" as indicações das entidades sanitárias, da proteção civil e da polícia.
"Para que possamos ganhar esta guerra contra o vírus, e nos momentos de guerra as ações e responsabilidades são muito mais acrescidas", pediu o também ministro da presidência do Conselho de Ministros e ministro do Desporto.
Cabo Verde cumpre hoje 17 dias, de 20 previstos, de estado de emergência para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas e para o exterior suspensas.
O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, está a auscultar as autoridades cabo-verdianas para decidir até "quinta ou sexta-feira" sobre a decisão de eventual prorrogação do estado de emergência.
O país regista 11 casos da covid-19, distribuídos pelas ilhas da Boa Vista (7), Santiago (3) e São Vicente (1).
Um desses casos, um turista inglês de 62 anos que estava num hotel da ilha da Boa Vista, acabou por morrer, vítima da doença, enquanto dois doentes viajaram para os seus países de origem.
Um dos três casos positivos na cidade da Praia (Santiago) já teve alta hospitalar, após dois testes negativos seguidos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 117 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.