Uma província do nordeste da China prometeu pagar uma recompensa de até 5.000 yuans (cerca de 640 euros) a quem ajudar a intercetar viajantes oriundos da Rússia e que atravessem ilegalmente a fronteira, indicaram autoridades locais.
A medida foi tomada pelas autoridades da província de Heilongjiang, que faz fronteira com a Rússia, na sequência de uma alta “inquietante” no número de novos casos da covid-19, na quase totalidade importados, mas de cidadãos chineses que regressaram ao país.
Receando uma segunda vaga epidémica com o novo coronavírus, que surgiu na China em dezembro último, Pequim proibiu em fins de março a entrada de cidadãos estrangeiros no território e reduziu ao essencial as ligações aéreas internacionais.
A medida surge um dia depois de as autoridades de Harbin, capital da província de Heilongjiang, terem imposto um período de quarentena de 28 dias para quem chega do exterior.
Em causa está o facto de a região de Heilongjiang ter contabilizado terça-feira 79 novos casos da covid-19 entre os cidadãos chineses que regressaram da Rússia, elevando para 326 o total de infeções importadas.
Num comunicado, as autoridades provinciais anunciaram hoje uma recompensa de 3.000 yuans a quem denunciar as travessias de fronteira, verba que poderá subir para os 5.000 em caso de captura dos prevaricadores, que terão de ser entregues à polícia.
“É uma decisão que visa aumentar a prevenção e o trabalho de vigilância aos casos importados na província”, sublinha-se no documento.
Por outro lado, Zhao Lijian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, pediu hoje aos responsáveis chineses e russos da região fronteiriça para que tomem as “medidas necessárias” para cessar com as travessias ilegais da fronteira, estimando que mais de 100 mil chineses se encontram atualmente na Rússia
Hoje, a Rússia indicou ter recenseado oficialmente 21.102 casos de coronavírus, de que resultaram 170 mortes. O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou já que se preparam “todos os cenários, mesmo os mais graves e mais extraordinários”.
A China, por sua vez, contabilizou 3.339 óbitos em cerca de 82.000 casos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.