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Covid-19: Nações Unidas reprogramam 12,5 milhões de dólares para combate à pandemia em Angola

LUSA
14-04-2020 14:01h

As Nações Unidas redirecionaram 12,5 milhões de dólares (11,4 milhões de euros) do orçamento previsto para Angola para apoiar a resposta nacional a prevenção e combate à covid-19, foi hoje anunciado.

O coordenador residente das Nações Unidas em Angola, Paolo Balladelli, que falava hoje no final de uma audiência com o Presidente angolano, João Lourenço, em Luanda, disse que transmitiu ao chefe de Estado angolano que as Nações Unidas reprogramaram parte dos recursos que estão no plano de cooperação com Angola, entre os quais mais 3,5 milhões de dólares (3,2 milhões de euros) aprovados para apoiar províncias do sul do país.

“Temos 12,5 milhões de dólares reprogramados para apoiar a resposta nacional contra a Covid-19 e também neste momento temos aprovado 3,5 milhões de dólares para o sul do país, para apoiar na segurança alimentar das populações”, referiu.

Segundo Paolo Balladelli, são recursos que complementam os esforços do Estado e dos vários governadores das províncias interessadas, nomeadamente Cunene, Huíla, Namibe e Cuando Cubango.

“Vamos juntar esses recursos para, numa primeira fase, [ter uma] resposta eficaz para proteger a população”, frisou.

O responsável da ONU disse que, na ocasião, agradeceu também ao Presidente e ao executivo angolanos a boa cooperação e colaboração existente, “que é fundamental para poder trazer todos os recursos, todos os parceiros e todo o financiamento que possa ser necessário nessa fase grave que se encontra o mundo, e não só Angola”.

“Consideramos, com o Presidente da República, que o Estado de emergência foi uma medida bem pensada, bem implementada, fundamentalmente, porque o distanciamento físico entre as pessoas neste momento é a arma mais importante que temos nas nossas mãos para evitar o alastramento do vírus”, realçou.

O coordenador em Angola de todas as organizações do sistema das Nações Unidas que lidam com atividades operacionais para o desenvolvimento lembrou que, “ao mesmo tempo, o afastamento social pode criar problemas de tipo social e económico”, por isso deve vir acompanhado de “medidas sociais e económicas que permitam proteger a população”.

“Por exemplo, as transferências monetárias no âmbito social, criando oportunidade de aceleração de produção”, referiu, acrescentando que, neste momento, o Fundo das Nações Unidas para Alimentação (FAO) está a trabalhar em cadeias de valor com o Ministério da Economia e Planeamento de Angola, especialmente trigo, mandioca, milho, ovos, galinhas, para aumentar a produção nos próximos meses e assim assegurar a alimentação para a população.

“Sabemos que nestas crises - e falámos com o Presidente - o ponto fundamental é manter a segurança alimentar e o acesso à água”, frisou.

Angola regista até à data 19 casos positivos da covid-19, dos quais dois resultaram em mortes e quatro pacientes já recuperaram.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África ultrapassou hoje as 800 com mais de 15 mil casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia naquele continente.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortes e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro de 2019, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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