As autoridades de saúde cabo-verdianas confirmaram hoje um novo caso de covid-19 na Boa Vista, o sétimo naquela ilha, elevando para 11 o total de casos positivos em Cabo Verde.
Em comunicado, o Ministério da Saúde refere tratar-se de um homem, de 24 anos, funcionário do hotel Riu Karamboa, na ilha da Boa Vista, que se “encontrava em isolamento desde sexta-feira”, acrescentando que apresenta um estado de saúde “estável”.
O mesmo comunicado, assinado pelo ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, acrescenta que estão neste momento “em processamento” no Laboratório de Virologia, do Instituto Nacional de Saúde Pública, um total de 181 amostras de funcionários daquele hotel.
Desde 19 de março Cabo Verde regista 11 casos de covid-19, distribuídos pelas ilhas das Boa Vista (7), Santiago (3) e São Vicente (1). Um desses casos, na Boa Vista, um turista inglês de 62 anos, acabou por morrer.
Os resultados dos testes à covid-19 entre os cerca de 200 trabalhadores daquele hotel, que agora contabiliza seis casos da doença, só serão conhecidos ao longo desta semana.
“Dentro de três dias teremos os resultados dos testes. Espero que deem resultado negativo, para nos tranquilizar a todos”, afirmou na segunda-feira, na cidade da Praia, o diretor nacional de Saúde de Cabo Verde, Artur Correia, durante a conferência de imprensa diária sobre a pandemia de covid-19 no arquipélago.
Esta posição surgiu horas depois de terem sido confirmados (na noite de domingo) outros dois casos da doença entre pessoas ligadas ao hotel Riu Karamboa. Ambos os doentes cabo-verdianos - um homem de 33 anos e uma mulher de 24 anos - estiveram de quarentena no hotel, tal como os cerca de 200 trabalhadores ao longo de 25 dias, mas desde que começaram a apresentar sintomas, entre 07 e 08 de abril, foram colocados em isolamento, no centro de Saúde da Boa Vista.
Todas as amostras de casos suspeitos de covid-19 no país estão a ser analisadas no Laboratório de Virologia, instalado em março no Instituto Nacional de Saúde Pública de Cabo Verde, na cidade da Praia, que até sexta-feira tinha feito apenas cerca de uma centena de análises.
Entretanto, mais de 200 funcionários daquele hotel, que estavam em quarentena desde 19 de março, quando foi confirmado o primeiro caso de covid-19 no seu interior – que foi também o primeiro caso em Cabo Verde, um turista inglês de 62 anos que acabou por morrer -, saíram no domingo daquela unidade hoteleira.
“Libertámos as pessoas para uma quarentena domiciliar e agora o nosso foco é redobrar o seguimento dessas pessoas”, afirmou Artur Correia, na mesma ocasião, garantindo que a ilha da Boa Vista, por concentrar a maior parte – sete no total e seis só naquele hotel – dos agora 11 casos de covid-19 em Cabo Verde, continuará a ter uma “atenção redobrada” das autoridades de saúde, sendo considerada de “alto risco”.
“Espero que não venha a acontecer esse cenário, mas estamos a preparar-nos e a continuar essa vigilância ativa, não só nos serviços como também a nível comunitário”, afirmou ainda Artur Correia, questionado pelos jornalistas sobre eventuais novos casos de covid-19 entre os mais de 200 trabalhadores do hotel, que agora cumprem quarentena em casa.
Além dos agora seis casos que tiveram origem naquele hotel - dois cidadãos ingleses e quatro cabo-verdianos -, a Boa Vista contabilizou ainda o caso positivo de covid-19 numa turista dos Países Baixos. Há casos confirmados de covid-19 ainda na Praia, ilha de Santiago (três pessoas da mesma família) e no Mindelo, ilha de São Vicente (uma cidadã de nacionalidade chinesa).
Cabo Verde cumpre hoje 17 dias, de 20 previstos, de estado de emergência para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas e para o exterior suspensas.
O atual período termina ao final do dia 17 de abril, mas o Presidente da República – que declara o estado de emergência após autorização do parlamento – disse na segunda-feira que só na “quinta ou sexta-feira” tomará uma decisão sobre a eventual prorrogação.
A informação foi prestada aos jornalistas pelo chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca, depois de uma reunião de consulta, sobre o atual estado de emergência, com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, com o presidente do parlamento, Jorge Santos, membros do Governo e autoridades de saúde.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África ultrapassou hoje as 800 com mais de 15 mil casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia naquele continente.
A pandemia da covid-19 já causou mais de 118 mil mortos e infetou quase 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.