O governo de Malta apelou hoje à União Europeia para que seja lançada uma ação urgente que evite um desastre humanitário na Líbia, país atingido pela guerra civil, naufrágios de refugiados e pela epidemia do novo coronavírus.
Numa mensagem enviada ao chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, o ministro maltês dos Negócios Estrangeiros, Evarist Bartolo, sublinha que 650 mil pessoas estão neste momento nas praias da Líbia em situação humanitária "desesperante" tentando alcançar a Europa.
"Nestes últimos anos Malta, muito além das suas obrigações legais, salvou milhares de pessoas" refere o ministro, acrescentando que neste momento estão criadas todas as condições para o agravamento da situação humanitária.
Nesse sentido, La Valetta pede uma missão humanitária europeia com caráter de urgência para a Líbia e que deve prever a distribuição de medicamentos e equipamentos sanitários.
"A ajuda humanitária da União Europeia é urgente e importante e deve ser hoje e não amanhã", disse Bartolo que propõe que sejam disponibilizados 100 milhões de euros para o efeito.
O governo de Malta diz que está preparado para "desempenhar funções" nas áreas logísticas que podem permitir enviar a ajuda humanitária, ajudando Tripoli a conseguir material médico necessário a evitar a propagação da pandemia de covid-19.
Em plena crise provocada pelo novo coronavírus, a Itália e Malta fecharam os portos aos refugiados, uma decisão criticada pelas organizações não-governamentais.
Mesmo assim, as autoridades maltesas socorreram na semana passada 67 pessoas que se encontravam a bordo de uma embarcação, tendo sido colocados em quarentena.