A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) anunciou hoje que vai manter as suas operações militares principais, como no Afeganistão e no Kosovo, mas garantiu ter adotado “medidas preventivas” para evitar contágios da covid-19 nas suas forças.
“Para todas as missões e operações da NATO, adotámos medidas preventivas para minimizar o risco para o pessoal e para os nossos militares, garantindo que essas operações continuam, mesmo perante os desafios da crise da covid-19”, declarou o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, falando em videoconferência de imprensa, a partir de Bruxelas.
Um dia antes de os ministros da Defesa da NATO se reunirem, num encontro extraordinário por teleconferência e que será dedicado à pandemia, o responsável precisou que isto se aplica, nomeadamente, às “operações militares principais” da organização.
“As nossas missões no Afeganistão e no Kosovo continuam, mesmo com medidas preventivas”, referiu, elencando que, apesar da pandemia, se mantêm também as intervenções “nos Balcãs e na Polónia, bem como ao nível aéreo, e ainda os esforços no Mediterrâneo e no Mar Egeu”.
Já reduzidas foram as operações de treino no Iraque, mas esta “foi uma decisão tomada antes da crise”, logo no início do ano, ressalvou Jens Stoltenberg.
“É verdade que as operações de treino no Iraque foram retiradas e isso não tem a ver com a crise da covid-19, mas com a situação de insegurança no terreno”, acrescentou.
O responsável garantiu que a missão no Iraque será reforçada “assim que as condições o permitirem”.
Falando aos jornalistas, Jens Stoltenberg assegurou, ainda assim, a preparação da NATO para intervir de forma militar, se necessário.
“Se for preciso, a NATO consegue alocar forças e responder”, disse.
Na reunião de quarta-feira, o único assunto em cima da mesa na reunião dos ministros da Defesa da NATO é a pandemia covid-19, com a organização a avaliar a resposta já dada à crise sanitária e quais os “próximos passos” a adotar.
“A NATO está a responder desde o início da crise, implementando medidas preventivas para garantir a continuação das nossas operações e garantindo assistência aos aliados para combater o vírus”, observou Jens Stoltenberg, falando ainda na “importância da capacidade militar” da organização em questões como vigilância de fronteiras, transporte de mercadorias essenciais, disponibilização de infraestruturas militares e ainda nas ações de repatriamento.
Outra assunto em discussão na quarta-feira será a desinformação relacionada com a covid-19, área na qual a NATO pretende responder “com a verdade”, reforçou hoje o secretário-geral da organização.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 117 mil mortos e infetou quase 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.