O governo do Iraque alertou hoje que o grupo jihadista do autoproclamado Estado Islâmico (EI) está a intensificar as suas ações no país, aproveitando o foco das forças de segurança na luta contra a pandemia de covid-19.
O ministro da defesa iraquiano, Nayeh al Shamri, afirmou através de um comunicado na rede social Twitter que houve um “aumento das operações terroristas e de incursões de combatentes” do EI e referiu que o Iraque “não deve permitir que os grupos terroristas aproveitem as atuais circunstâncias”, apelando a uma “intensificação de esforços” para combater o terrorismo.
Al Shamri sublinhou ainda a necessidade de utilizar todos os meios aéreos para “eliminar os terroristas”, que perderam o controlo de todos os seus territórios no Iraque no final de 2017, mas continuam a atuar nas zonas montanhosas do norte e centro do território.
Este aumento da atividade terrorista acontece em plena expansão da pandemia de covid-19 no Iraque, país onde se registam, até ao momento, 1.378 infetados e 78 mortos.
Além disso, coincide com a retirada das forças da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos de algumas bases do norte e centro do Iraque, a partir das quais se comandou a luta contra o Estado Islâmico nos últimos anos.
A aliança internacional retirou-se de pelo menos seis instalações militares e está a recolocar os seus operacionais noutros pontos do Iraque e do Médio Oriente, tendo dado por terminados os treinos das forças iraquianas como medida preventiva contra a proliferação do coronavírus.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 114 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.