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Covid-19: Bach rejeita que adiamento de Tóquio2020 tenha sido demasiado tarde

LUSA
13-04-2020 13:17h

O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI) rejeita que a decisão de adiar os Jogos de Tóquio2020, devido à pandemia de covid-19, tenha sido tomada demasiado tarde e explicou todo o processo, em entrevista ao jornal alemão Die Welt.

“Em meados de fevereiro, foi criado um grupo especial associado à Organização Mundial da Saúde (OMS). Inicialmente, a nossa principal preocupação era saber se o Japão seria um país seguro para receber os Jogos. Depois, a questão passou a ser se o resto do mundo poderia ser um ‘convidado’ seguro para visitar o Japão”, começou por contar o alemão Thomas Bach.

Os Jogos Olímpicos estavam marcados para decorrerem entre 24 de julho e 09 de agosto de 2020, mas foram adiados em um ano, devido ao surto do novo coronavírus, e vão realizar-se entre 23 de julho e 08 de agosto de 2021.

“Além do próximo verão, o Japão já não teria condições para poder receber os Jogos. Seria impossível. Queríamos ter anunciado o adiamento no dia 22 de março, mas, devido à grandeza da competição, os nossos amigos japoneses não puderam dizer sim imediatamente. Não estávamos a falar de um jogo de futebol ou de uma maratona. Dois dias depois, foi alcançado o acordo com o primeiro-ministro Shinzo Abe”, referiu.

Bach destacou a rapidez de todo o processo de negociação com as entidades japoneses, desde o adiamento à marcação de novas datas.

“Levámos apenas três dias para chegar a um acordo sobre o adiamento e outros seis dias para anunciar as novas datas. Isso fala por si”, disse.

O antigo campeão olímpico de esgrima revelou também que, apesar de ainda existir um sentimento de incerteza sobre o futuro, por causa do vírus, a OMS apoiou a escolha das novas datas dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Bach mostrou-se ainda despreocupado com a ausência de testes antidoping durante o período da pandemia, visto que as amostras colhidas durante os testes pré-Jogos “são congeladas e duram 10 anos”, mas deixou uma critica ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) por permitir que atletas suspensos em 2020 possam competir nos Jogos em 2021.

“O COI tentou em várias ocasiões introduzir regras que excluíssem os atletas condenados por doping dos Jogos Olímpicos posteriores. Infelizmente, o TAS nunca autorizou”, lamentou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 114 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, quase 400 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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