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FOTO: i3S

Covid-19: i3S inicia rastreio de casos “com gente suficiente e com imensa vontade de trabalhar” – Cláudio Sunkel  

CANAL S+ LP
09-04-2020 19:36h

Cláudio Sunkel, Diretor do i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, faz um balanço, em entrevista ao S+, dos primeiros dias de realização de testes de diagnóstico à Covid-19.

O i3S anunciou, no inicio desta semana, que vai dar apoio no rastreio de casos Covid-19, com a previsão de realizar 100 a 150 testes diários. O diretor do i3S afirma que está já tudo operacional e que este número pode aumentar, havendo a possibilidade de ser necessário “duplicar o número de testes”.

Foram 150 os investigadores que se voluntariaram para integrar todas as equipas, necessárias até à data. Cláudio Sunkel garante que têm “gente suficiente e com imensa vontade de trabalhar e de colaborar”.

 

O Instituto adaptou-se rapidamente a esta exigência e, embora não tivessem ninguém a trabalhar neste vírus, tinham já o equipamento e as salas de biossegurança nível 2, o que facilitou bastante em todo o processo de preparação.

Quanto à necessária gestão para esta nova fase, foi fundamental “organizar as salas, as equipas e colocar os coordenadores a trabalhar. No entanto, “o mais complexo é reunir os vários reagentes, porque os testes são relativamente complexos”, acrescenta Cláudio Sunkel.

Até agora foram já realizados uma série de testes, de amostras enviadas pelo Centro Hospitalar Universitário de São João, e que possibilitaram detetar os positivos, “o que quer dizer que o sistema está a funcionar.”, revela o Diretor do i3S.

 

Cláudio Sunkel adianta ainda que “é preciso verificar se os resultados que estamos a ter são concordantes com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e, deste modo, no inicio da próxima semana, será necessário enviarmos amostras que consideramos positivas e negativas (…) se tiverem os mesmos resultados que nós, temos concordância (…) a partir deste momento, o i3S passa a ter uma certa certificação na realização dos testes”.

Depois desta confirmação, o i3S passará a comunicar os resultados ao SINAVE e, a pedido do INSA, as amostras dos casos positivos serão guardadas para que mais tarde seja possível fazer trabalho epidemiológico, com base nas mesmas.

 

São três as etapas que fazem parte da realização destes testes de diagnóstico, desde a receção das amostras até ao envio dos resultados para as entidades que os solicitaram, como nos explica Cláudio Sunkel.

As amostras serão enviadas para o i3S de manhã e os resultados são lançados ao final da tarde. O diretor do i3s, acredita que será possível fazer até 200 testes com resultados em 24h.

 

“Encontrar os reagentes necessários para as várias fases dos testes” e “lutar contra o imprevisível” são alguns dos principais desafios apontados por Cláudio Sunkel.

A ARS-Norte vai ainda enviar para o i3S amostras de centros de saúde, não só localizados na cidade do Porto mas também de Braga e “isso pode aumentar muito o volume, e aí o desafio será como é que conseguimos aumentar a capacidade de resposta que está instalada neste momento”, acrescenta.

 

O número de testes diários à Covid-19 em Portugal atingiu na terça-feira "quase 10 mil amostras", tendo desde 01 de março sido realizados "mais de 144 mil" diagnósticos, segundo avançou o secretário de Estado da Saúde.

 

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