O procurador-geral dos EUA, William Barr, disse hoje ser importante vigiar de perto as medidas de contenção da pandemia da covid-19 que o Governo está a tomar, para impedir abusos.
Barr reconheceu autoridade e competência política para a aplicação das medidas de quarentena aplicadas pelo Governo do Presidente Donald Trump, no combate à propagação do novo coronavírus, que já causou mais de 10 mil mortes nos EUA, mas acrescentou que essas medidas devem ser bem vigiadas.
Numa entrevista à estação televisiva Fox News, Barr lembrou que as autoridades têm legitimidade para colocar restrições à realização de serviços religiosos, uma matéria sensível nos EUA, mas mostrou-se preocupado com a possibilidade de essas medidas serem interpretadas como uma forma de limitar a liberdade religiosa.
O procurador-geral também se mostrou preocupado com a possibilidade de uso de tecnologias de informação para monitorizar o movimento de pessoas que seja preciso identificar, no caso de contaminação.
O Governo federal, disse Barr, deve “ter um olho atento” nas medidas de contenção da crise sanitária, aconselhando as autoridades a “serem muito cuidadosas para garantir que elas são totalmente justificadas”.
“No final de abril, quando elas expirarem, penso que se deve permitir às pessoas adotarem outras medidas. Não dizer-lhes para irem para casa e meterem-se debaixo da cama, mas permitir-lhes que usem outra formas – distanciamento social, por exemplo – para se protegerem”, disse William Barr.
A Casa Branca aconselhou os norte-americano a limitarem o número de pessoas em grupos e a praticarem medidas de distanciamento social, até final de abril, durante uma fase crítica da propagação do novo coronavírus.
Muito estados impuseram medidas ainda mais agressivas, confinando as pessoas em casa e aconselhando-as a sair apenas em caso de extrema necessidade.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.
Dos casos de infeção, mais de 312 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.