O Governo dos Estados Unidos acusou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS) de ter negligenciado informações importantes vindas de Taiwan sobre o novo coronavírus, por pressões da China.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, já antes tinha criticado a OMS, na terça-feira, dizendo que estava a ter posições pró chinesas, apesar de receber avultado financiamento por parte dos EUA, e insinuou que poderia retaliar contra a organização.
Hoje, um porta-voz do Departamento de Estado acusou a OMS de ter tomado decisões que “custaram vidas humanas”, não reportando à comunidade internacional informações vindas de Taiwan, sobre a propagação do vírus entre seres humanos, por pressão do Governo chinês.
“A OMS não declarou a covid-19 uma emergência de saúde pública de interesse internacional antes de 30 de janeiro (…) quando tinha sido informada sobre a gravidade da epidemia na China em dezembro”, denunciou o porta-voz da diplomacia norte-americana, referindo-se a relatórios divulgados pelas autoridades de Taiwan sobre os riscos de uma epidemia.
“A OMS declarou pandemia em 11 de março”, disse a mesma fonte, revelando que os Estados Unidos têm informações segundo as quais Taiwan teria notificado a OMS, em dezembro passado, de “uma possível transmissão de coronavírus entre humanos, com base em contaminações em equipas médicas em Wuhan”, a cidade chinesa onde se originou a pandemia.
“Também estamos profundamente perturbados por as informações de Taiwan não terem sido partilhadas com a comunidade global de saúde, conforme refletido numa declaração da OMS de 14 de janeiro de 2020, segundo a qual não haveria evidência de ‘transmissão entre seres humanos’”, disse o porta-voz do Departamento de Estado.
“A OMS voltou a favorecer a componente política, em vez da saúde pública”, acusou o porta-voz, avançando com a explicação de que as informações de Taiwan foram negligenciadas devido a pressões de Pequim.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.
Dos casos de infeção, mais de 312 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.