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Covid-19: Países já têm medidas de 7,3 biliões de euros – diretora-geral do FMI

LUSA
09-04-2020 14:46h

Os países a lutar contra os efeitos da pandemia de covid-19 já implementaram medidas orçamentais de 7,3 biliões de euros (8 triliões de dólares), disse hoje a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) Kristalina Georgieva.

Num discurso transmitido em várias plataformas ‘online’, a responsável máxima pelo organismo disse que estes valores, que o Fundo vai apresentar em detalhe para a semana, constituem uma “notícia encorajadora”, que mostra que “todos os governos tomaram medidas e que, na realidade, tem havido uma coordenação significativa”.

Georgieva indicou ainda que “já é claro que o crescimento global passará a ser rapidamente negativo em 2020”, sendo que o FMI antecipa o pior cenário económico desde a Grande Depressão.

“Há apenas três meses estimávamos um crescimento positivo ‘per capita’ nos rendimentos em cerca de 160 dos nossos países membros este ano. Hoje, esse número inverteu-se: agora contamos que perto de 170 nações tenham um crescimento negativo dos rendimentos ‘per capita’”, alertou a diretora-geral do Fundo, que tem 189 membros.

Para Kristalina Georgieva, a situação dos países mais pobres é a mais preocupante.

“Os mercados emergentes e as nações mais pobres – desde África, à América Latina e uma parte da Ásia – apresentam o risco mais elevado. Com sistemas de saúde mais frágeis, muitos enfrentam o desafio assustador de combater o vírus em cidades densamente povoadas e bairros de lata empobrecidos, onde o distanciamento social dificilmente é uma opção”, alertou a responsável.

Nestes locais, segundo Georgieva, os habitantes estão expostos a condições financeiras cada vez piores e a um peso insustentável da dívida, tendo estes países já assistido a 92 mil milhões de euros (100 biliões de dólares) de desinvestimentos nos últimos dois meses, um valor “três vezes superior ao registado durante a crise financeira global”.

A diretora-geral do FMI indicou que o Fundo conta com perto de 920 mil milhões de euros em termos de capacidade para empréstimos, tendo já recebido perto de 90 pedidos de ajuda de todo o mundo.

O Fundo já aprovou a duplicação do acesso a linhas de emergência, para atingir os 92 mil milhões de euros (100 biliões de dólares) em financiamento, tendo já aprovado “em velocidade recorde” apoios a vários países, incluindo o Ruanda, Madagáscar, Togo e Quirguistão, de acordo com Georgieva.

O FMI pretende estabelecer uma linha de curto prazo de liquidez para “encorajar um apoio adicional” às necessidades de financiamento das nações, além de procurar soluções para ajudar países cuja divida é insustentável.

Para a diretora-geral do FMI, ajudas às famílias e negócios são “absolutamente necessárias”, para impedir que problemas de liquidez se transformem em problemas de solvência.

O Fundo aponta quatro prioridades neste momento: “continuar com medidas essenciais de contenção e apoio aos sistemas de saúde”, “proteger pessoas afetadas e empresas com medidas de grande dimensão e atempadas”, “reduzir o ‘stress’ do sistema financeiro e evitar contágio” e “planear uma fase de recuperação, minimizando consequências potenciais da crise”.

Para a semana irão decorrer as reuniões de primavera do FMI, em formato virtual.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.

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