Uma cidade chinesa situada na fronteira com a Rússia está em estado de alerta, depois de dezenas de casos de infeção pelo novo coronavírus terem sido detetados entre viajantes oriundos do país vizinho.
Com cerca de 70.000 habitantes, a cidade de Suifenhe, na província de Heilongjiang, nordeste da China, foi isolada, enquanto foi montado um hospital de campanha e se encerrou a fronteira, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.
A cidade é um dos pontos principais de passagem entre os dois países, desde que, no final de março, as autoridades russas suspenderam todas as ligações aéreas internacionais.
A Comissão de Saúde de Heilongjiang anunciou, nos últimos dias, um aumento preocupante no número de pessoas infetadas oriundas do país vizinho, incluindo 65 nos últimos dois dias.
O novo coronavírus foi contido na China, de onde é originário, mas as autoridades permanecem agora em alerta perante casos importados e suscetíveis de causar um segundo surto.
A Rússia identificou já 9.000 casos de infeção pela covid-19, que fez 63 mortos.
O número de novos casos acelerou, nos últimos dias, com cerca de 1.000 casos adicionais na quarta-feira.
China e Rússia encerraram na quinta-feira a fronteira terrestre, que fica a 200 quilómetros da cidade russa de Vladivostoque.
Somente os portadores de passes especiais, incluindo para transporte de mercadorias, poderão atravessar para o lado russo da fronteira, detalhou a Xinhua.
Suifenhe foi também isolada, numa medida drástica semelhante à aplicada em Wuhan, onde o novo coronavírus surgiu inicialmente, entre o final de janeiro e o início de abril.
A cidade está também a construir um hospital temporário num edifício já existente, explicou a agência.
A construção deve ser concluída no sábado e contará com cerca de 400 funcionários da saúde, segundo a agência noticiosa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 87 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 280 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.