A SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social defendeu hoje que 2020 deve ficar marcado como “ano do arranque das reformas estruturais” em vez do ano da pandemia e que o caminho passa por uma “melhor Europa”.
“Sair da pandemia com coragem. Sair da pandemia por cima e para melhor” é o título do texto divulgado hoje pela SEDES que agradece o trabalho dos que diariamente combatem a covid-19 e elogia o civismo e responsabilidade de quem tem seguido as recomendações e apelos das autoridades.
“Este mesmo civismo e sentido de responsabilidade serão de primacial importância para vencer a crise até ao fim e com menores custos, assim como para a não menos exigente fase seguinte de recuperação e reconstrução da economia e da normalidade social”, refere o conselho coordenador da SEDES em comunicado enviado à Lusa.
Neste momento, a SEDES entende que “a palavra de ordem é: cumprir” as orientações mas também é preciso “ter esperança” e “preparar a vontade para a retoma”.
Os primeiros casos de doentes infetados com o novo coronavírus em Portugal surgiram no início de março.
Segundo o balanço feito na quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).
O conselho coordenador diz acreditar que “os portugueses serão capazes de assumir as suas responsabilidades. As empresas e os empresários nacionais serão capazes de se reerguer e de se fortalecer”, até porque “Portugal é de ânimo forte”.
Por tudo isto, espera que 2020 “fique registado na História portuguesa, não como o ano da pandemia covid-19, mas o ano da transformação virtuosa, sem medo, com esperança, coragem e espírito de ambição”.
“Esta crise é um tempo de reafirmação da esperança coletiva e da crença em nós próprios, uma nova oportunidade para transformarmos dificuldades em vigoroso renascimento”, acredita.
A SEDES pede seja um ano de “arranque das reformas estruturais que conduziram a um reforço, sem precedentes, da modernidade do país, do cosmopolitismo da sociedade, da produtividade e da competitividade das empresas nacionais, de uma nova economia assente nos recursos nacionais, na poupança e na capacidade dos portugueses”.
No plano económico, considera que importa limitar no imediato o mais possível os danos da capacidade produtiva instalada, evitando constrangimentos de tesouraria ou de financiamento de curto prazo que possam fazer desaparecer empresas economicamente viáveis.
Numa fase posterior, quando o país puder retomar a atividade normal, “importa repor rapidamente níveis elevados de utilização da capacidade produtiva instalada”.
“Reclamamos, desde já, a nível nacional, europeu e mundial, sólida preparação para uma eventual segunda vaga da doença, por forma a que o nível de preparação coletiva seja muito mais elevado e a sua travessia não gere outra vez impactos tão elevados na atividade económica e na vida social”, defende.
A SEDES refere, no entanto, que a crise económica vai trazer de volta a discussão sobre a União Europeia e o seu aprofundamento: “Devemos ser desassombrados no exame e na crítica de tudo o que tenha corrido mal, mas é indispensável ter sempre presente que seria muito pior se estivéssemos sozinhos. O caminho que temos de seguir é Melhor Europa, não é Menos Europa”.
Outra das opções coletivas que no entender da SEDES não devem ser questionadas é a da integração europeia e da moeda única.