O Presidente de Cabo Verde afirmou hoje que está a manter contactos para decidir sobre a situação de estado de emergência, que além do fim em 17 de abril ou da prorrogação, pode passar por alterar os seus contornos.
Numa mensagem divulgada hoje pelo chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca refere que conversou nos últimos dias com empresários de São Vicente e da Boa Vista, duas ilhas com casos de covid-19 no arquipélago. Explica que abordou “a situação vivida e como veem as medidas em execução e o futuro imediato”, referindo-se ao “estado de emergência - seu fim, sua prorrogação ou a alteração de seus contornos e balizas”.
Ainda assim, Jorge Caros Fonseca, que decretou o estado de emergência desde 29 de março, após aprovação pelo parlamento, insistiu no alerta: “Não se pretenda solicitar ou exigir, em estado de exceção, a perfeição que não existia nem poderia existir na normalidade constitucional”.
Esta manhã, o Presidente da República vai conhecer um estudo com a projeção da pandemia de covid-19 para Cabo Verde, com a presença de técnicos e do Director Nacional da Saúde, Artur Correia.
Cabo Verde mantém sete casos confirmados de covid-19, provocada por um novo coronavírus, entre as ilhas da Boa Vista (4), de Santiago (2) e São Vicente (1), e um óbito.
O chefe de Estado acrescenta na mesma mensagem que já falou com o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, “no quadro das articulações” que deve “manter regularmente com o parlamento, em estado de emergência constitucional”.
“Ninguém está mais ciente do que o Presidente da República quanto à necessidade de manter vigente o quadro constitucional-democrático, à exceção do que foi suspenso ou limitado pelo decreto do estado de emergência. Designadamente, o direito de opinião, à crítica, a liberdade de expressão, de informação, enfim, a liberdade imprensa”, concluiu.
Cabo Verde cumpre hoje 12 dias, de 20 previstos, de estado de emergência para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas e para o exterior suspensas.
O número de mortes em África ultrapassou as 500 num universo de mais de 10.500 casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia no continente.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 87 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 280 mil são considerados curados.