O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, assegurou hoje que irá continuar a exigir a "solidariedade sem fissuras" da União Europeia (UE) face à crise do coronavírus, afirmando que “não há tempo a perder, é agora ou nunca".
No discurso que fez esta manhã no parlamento para pedir o prolongamento do “estado de emergência”, Sánchez sublinhou a necessidade de o país ser "exigente" perante a UE e voltou a defender a criação das euro-obrigações - ‘eurobonds’ que neste momento também são chamadas ‘coronabonds’.
O chefe do Governo espanhol apelou, mais uma vez, à aprovação de medidas de apoio à dívida pública dos Estados-membros, porque, segundo ele, "esta crise não tem culpados", uma vez que se trata de uma emergência "global e europeia".
Pedro Sánchez considerou ainda que os mecanismos financeiros à disposição da UE "não devem ser administrados pela desigualdade e pela punição das economias supostamente mais pequenas", porque todos eles, os 27, estão a lutar contra uma pandemia sem precedentes.
"Esta crise não tem culpados", insistiu, e avisou que ela pertence a todos e não faz distinção entre norte e sul ou esquerda e direita, concluindo que "a austeridade não é a forma" de enfrentar a doença.
Sánchez apelou aos partidos da oposição representados no Parlamento Europeu e às restantes instituições da União que "exerçam a sua influência" junto dos seus homólogos europeus para que "se façam ouvir" e "defendam Espanha" perante a Europa.
Por isso, apelou aos partidos, como o PP (Partido Popular, direita), que têm força na Europa para "exercerem a sua influência a favor de Espanha e da UE".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 87 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 280 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 772 mil infetados e mais de 61 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, contabilizando 17.669 óbitos em 139.422 casos confirmados até quarta-feira.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 14.555 mortos, entre 146.690 casos de infeção confirmados até quarta-feira, enquanto os Estados Unidos, com 14.817 mortos, são o que contabiliza mais infetados (432.132).