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Cvid-19: Utentes criticam redução de oferta nos transportes na Área Metropolitana do Porto

LUSA
08-04-2020 11:55h

O movimento de utentes dos serviços públicos do Porto criticou hoje a diminuição da oferta do transporte de passageiros por parte de operadores privados devido à covid-19, pedindo à área metropolitana que atue para repor carreiras.

Em comunicado, o Movimento Unitário dos Serviços Públicos – Porto (MUSP) refere que, embora compreenda a necessidade das empresas em proceder a alguns "acertos" em fase de pandemia, estas alterações não têm em conta que "há milhares de utentes que continuam a trabalhar".

"No entender do MUSP, as alterações não foram as melhores, uma vez que em certos casos não tiveram em conta que o país não encerrou, nem deve encerrar, na totalidade. Existem imensas empresas que continuam a laborar. Muitas delas com grandes responsabilidades na resposta a dar ao grave problema que afeta o nosso país e o mundo", salienta o movimento de utentes.

Exemplo disso, defende aquele movimento, são os profissionais que trabalham nos hospitais, no setor de distribuição alimentar, nas limpezas, na construção civil, nas várias forças de segurança, entre muitos outros, que são necessários para que seja dada uma resposta eficaz.

O MUSP considera que a redução da oferta não teve em conta que estes trabalhadores mantém os seus horários de trabalho e que, perante a diminuição da oferta, "têm grande dificuldade em cumprir horários”.

"Tudo porque as reduções não tiveram em conta o serviço público a que as empresas de transportes, sem exceção, estão obrigadas".

Os utentes denunciam ainda que há empresas privadas de transportes, que além de terem reduzido a oferta semanal, deixaram de circular à noite, aos sábados, domingos e feriados, como foi o caso das empresas privadas que prestam serviço em Vila Nova de Gaia, Gondomar e Maia.

"Esta é uma situação que reclama medidas de quem gere os transportes na Área Metropolitana do Porto. Se, por um lado, a STCP mantém uma oferta razoável, apesar de reforços que possa precisar em certas carreiras, é preciso que as restantes empresas procedam da mesma forma e cumpram com o serviço público a que estão obrigados", defendem em comunicado.

O MUSP "não aceita que a situação relacionada com a covid-19 sirva de pretexto para operadoras privadas se alhearem das responsabilidades que lhes são devidas e se aproveitarem do contexto para cortar cegamente nas despesas e, quem sabe, reclamarem receitas indevidas oriundas do erário público".

Para o movimento, os utentes "não podem ficar reféns de decisões administrativas e economicistas".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 80 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).

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