O Governo tunisino anunciou hoje que todos os que estiverem infetados com o novo coronavírus poderão enfrentar um processo judicial se não seguirem as recomendações das autoridades sanitárias e se contaminarem terceiros.
O anúncio foi feito pelo ministro do Interior, Hichem Mechichi, que falava numa conferência de imprensa em Tunes, salientou que a situação será agravada caso os que forem contaminados por causa dos já infetados vierem a morrer.
"Se um doente não respeitar o isolamento exigido e as instruções do Ministério da Saúde e se contaminar outra pessoa poderemos avançar com um processo judicial face ao atual código penal. E se a contaminação levar à morte poderá ser considerado um caso de homicídio involuntário", sublinhou Mechichi
O ministro do Interior, acompanhado pelo seu homólogo da Saúde, Abdellatifd Mekki, realçou a importância de a população continuar a limitar estritamente ao necessário as saídas, numa altura em que o confinamento decretado a 22 de março começou a ser menos respeitado nos últimos dias.
Nos últimos dias, várias concentrações de pessoas têm-se verificado nas estações de correios na procura de receber a ajuda financeira excecional prometida pelo Estado, medida de apoio aos mais desfavorecidos e aos que mais têm sofrido com a paragem de numerosas atividades económicas.
Até hoje, a Tunísia registou oficialmente 600 infetados e 22 óbitos.
"Seremos implacáveis na aplicação da lei. A nossa responsabilidade é a de proteger as pessoas", frisou Mechichi, indicando que foram já efetuadas cerca de 600 detenções de pessoas que violaram o confinamento geral e mais de outras mil por desrespeito ao recolher obrigatório noturno.
Segundo os dados mais recentes, o número de mortes devido à pandemia de covid-19 em África subiu para 487, num universo 10.075 casos registados em 52 países.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 290 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com cerca de 708 mil infetados e mais de 55 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, contabilizando 17.127 óbitos em 135.586 casos confirmados hoje.