A Cofina defendeu hoje, em declarações à Lusa, que "é absolutamente fundamental" que o Governo implemente medidas que possam mitigar o impacto da pandemia da covid-19 nos media, "setor essencial à democracia".
"A Cofina tem partilhado com a Plataforma de Media Privados os impactos que a crise covid-19 já provocou no setor dos media e que se intensificará à medida que o tempo passa", afirmou fonte oficial.
"Neste quadro, é absolutamente fundamental que o Governo implemente medidas que possam mitigar e ajudar à sobrevivência de um setor essencial à democracia", defende.
A dona do Correio da Manhã e do Jornal de Negócios salienta que este é "um setor que tem estado na linha da frente no combate a esta epidemia, assegurando a informação relevante para que os portugueses possam enfrentar estas batalhas juntos e com informação rigorosa e esclarecida".
O grupo Cofina aponta que "as medidas devem ter particular atenção à quebra verificada nas receitas dos media, mas com especial atenção à quebra de receitas de circulação, tendo em conta que um terço dos pontos de venda de jornais e revistas encerraram".
Por isso, "decidir apoios exclusivamente sobre as quedas dos investimentos de publicidade é privilegiar os canais FTA [canais em sinal aberto] e o setor de rádio, deixando de fora da equação as receitas de circulação que genericamente significam mais de 60% das receitas dos grupos de imprensa".
A Cofina alerta ainda que a imprensa "vinha há mais de uma década a debater-se com quebras continuadas, pelo que muitos dos jornais e revistas que hoje se publicam e até alguns grupos com maior exposição à venda de publicações poderão não sobreviver após esta pandemia e ao necessário estado de emergência decretado pelo Governo".
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).
Dos infetados, 1.180 estão internados, 271 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 184 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.