O Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) informou hoje que já realizou 280 testes no conjunto dos lares da Misericórdia de Aveiro, Lar de São José de Ílhavo e Lar de Santa Joana, 42 dos quais deram resultado positivo.
O número inclui ainda os testes realizados por solicitação do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) do Baixo Vouga e da Saúde Pública de Aveiro, sendo que, da totalidade das pessoas testadas, 15% acusaram infeção, de acordo com o balanço hoje feito pela administração hospitalar.
Desde que internou o primeiro doente com covid-19, a 14 de março, passaram pelo Internamento do Centro Hospital do Baixo Vouga, 68 pessoas, das quais 20 tiveram alta para o domicílio, informou hoje aquela entidade.
Quanto à proteção dos profissionais de saúde o Centro Hospitalar do Baixo Vouga informa que criou, no dia 14 de março, um Centro de Abastecimento de Equipamentos de Proteção Individual, uma espécie de armazém instalado no Salão Nobre do Hospital de Aveiro, onde, diariamente, os responsáveis pelos diversos serviços clínicos e não clínicos, vão levantar os equipamentos de proteção para os seus colaboradores.
“Desde o dia em que as entregas diárias se iniciaram (14 de março), já foram distribuídas por profissionais de saúde do CHBV, entre outros: 51 mil unidades de diferentes máscaras, 2.800 unidades de fatos impermeáveis e 14.100 unidades de proteção de membros inferiores”, contabiliza.
Esses materiais, assegura, “são repostos, em armazém diariamente e, para além das aquisições do Centro Hospitalar, tem sido importantíssima a ajuda do tecido empresarial, das instituições e da população da Região de Aveiro”.
Num balanço distribuído à Lusa, a administração hospitalar dá conta de que, no Serviço de Urgência do Hospital de Aveiro, de 14 de março até terça-feira, foram feitos 1.407 atendimentos por suspeição de infeção pelo Coronavírus e realizados 1.759 testes feitos pela instituição, distribuídos pelos doentes que procuraram o Serviço de Urgência, mas também pelo apoio dado aos lares da região que têm solicitado ajuda.
“Esta semana, o Centro Hospitalar do Baixo Vouga vai aumentar a sua capacidade de ventilação, uma vez que, aos ventiladores existentes na unidade, vão juntar-se mais três equipamentos, enviados pelo Ministério da Saúde, que reforçou, também a assistência do CHBV com mais quatro monitores multifunções. Dispõe ainda de mais dois ventiladores numa sala de emergência dedicada aos doentes com a covid-19”, esclarece o CHBV.
A administração hospitalar refere que tinha começado a preparar-se ainda em fevereiro para a pandemia e que, quando os primeiros suspeitos começaram a aparecer, em meados de março, “foi, de imediato, instalada a tenda de campanha da Cruz Vermelha, para efeitos de triagem covid-19, que, semana e meia mais tarde, foi complementada com uma tenda do exército”.
“A área afeta ao Serviço de Urgência está praticamente ocupada por áreas assistenciais covid-19, tendo-se criado, inclusive, uma Medicina Intensiva covid-19”, acrescenta.
Quanto ao internamento, é referido que “os primeiros doentes a quem foi diagnosticada a infeção e que necessitaram de internamento ocuparam, inicialmente, as enfermarias de Infeciologia e Pneumologia, num total de 17 camas”.
“Com o aumento da necessidade, tal como estava previsto no Plano de Contingência covid-19 previamente elaborado pelo CHBV, o internamento de doentes covid estendeu-se para a enfermaria de Cirurgia Mulheres (que conta com 20 camas) e já está disponível, a partir de hoje a enfermaria de Cirurgia Homens, que juntará assim mais 20 camas à capacidade de internamento covid do Centro Hospitalar do Baixo Vouga”, esclarece o balanço daquela entidade.
Em relação a outros doentes, “os demais serviços habitualmente residentes no Serviço de Urgência (Medicina, Cirurgia, Ortopedia e Psiquiatria) continuam a receber e a tratar doentes não covid, sendo que foram deslocados para outras áreas, de forma a manter circuitos distintos e seguros”, esclarece.
Em Portugal, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).
Dos infetados, 1.180 estão internados, 271 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 184 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.